‘Tesoura’ do governo pode levar o Acre a perder ao menos 20 projetos de mestrado e doutorado

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Criada em 2012, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Acre (Fapac) tinha como objetivo ser um dos braços do Estado para o fomento aos trabalhos científicos e tecnológicos desenvolvidos por aqui, reforçando a atuação da já consagrada Fundação de Tecnologia do Acre (Funtac). Para diretor-presidente foi escolhido o ex-reitor da Universidade Federal do Acre (Ufac), Pascoal Muniz. A opção pelo conceituado professor conferia ao novato órgão prestígio e credibilidade.

Mas a Fapac parece ter tido vida curta. A estrutura praticamente não existiu, e muitas das pesquisas que seriam bancadas por ela estão agora comprometidas. Pascoal Muniz não é mais seu dirigente. O secretário Marcos Veríssimo (Planejamento) acumula a condução da fundação. Segundo fontes dentro da Ufac, a falta de estrutura desmotivou o ex-reitor a continuar no cargo.

Um dos exemplos claros disso foi o corte de investimentos por que a Fapac passou. A tesoura do governo nos

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Pascoal Muniz sendo nomeado por Tião Viana; a falta de estrutura na Fapac pode ter desmotivado o ex-reitor a continuar no cargo/Foto: Site da Fapac

recursos pode levar o Acre a perder ao menos 20 projetos de mestrado e doutorado que estavam contando com o financiamento da fundação. Em agosto do ano passado, foi aberto edital para a oferta de bolsas que auxiliarem teses de alunos de pós-graduação no Estado.

Este dinheiro serviria para bancar as despesas dos trabalhos de campo, e outros custeios que uma tese de qualidade exige do aluno. De acordo com o edital, as bolsas de mestrado seriam de R$ 5 mil, e doutorado R$ 8 mil. Os candidatos aprovados na seleção contavam com esta ajuda, mas desde setembro aguardam a liberação do dinheiro – que nunca sai.

À época, os gestores alegavam o período eleitoral como impedimento, o que não deixa de ser fato. Voltando a procurar a Fapac neste início de ano pós-reeleição, eles foram informados de que não há mais a mínima previsão de quando (e se) estas bolsas serão concedidas. O problema é que os prazos para a entrega dos trabalhos de conclusão estão acabando, e muitos mestrandos e doutorandos ficaram a ver navios –ou catraias.

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O caso é sério, e revela o descompromisso dos gestores públicos no avanço do Acre na elaboração de trabalhos científicos que enriqueçam nosso conteúdo de ensino e aprendizado sobre a realidade acreana.

O governador Tião Viana precisa puxar a orelha de quem contingenciou os recursos da Fapac, garantindo que o Acre, um dia, assuma posições nacionais de destaque quando o assunto for ciência e tecnologia –tema tão tratado por ele na campanha eleitoral, mas que não tem, na prática, a atenção devida.

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