Presidiário aprovado para Agronomia alega inocência e diz que sofre na prisão

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O reeducando Adriano da Silva Almeida, de 23 anos, prestou juntamente com 25 detentos o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) no Presídio Manoel Nery da Silva de Cruzeiro do Sul (AC). Adriano foi o único que conseguiu aprovação. Com a conquista, ele conseguiu a atenção da imprensa acreana.

Vários sites noticiaram o fato. Adriano conversou com o site Juruá Online e falou sobre a conquista, sua pena e sobre sua expectativa com relação ao futuro. Ao passar para o curso de Agronomia na Universidade Federal do Acre (Ufac), o presidiário enxerga uma nova oportunidade de mudança para seu futuro.

“Eu tentei outras vezes quando estava em liberdade, infelizmente não consegui por não ter chance de estudar. Agora quero muito essa oportunidade para estudar e ser alguém”, comenta.

Adriano conta que não foi fácil se dedicar aos estudos. “Eu deixei de lado meu banho de sol para poder estudar na cela e na biblioteca. Foi graças à isso que obtive uma boa nota no Enem”.

Ao site, ele conta que está detido desde setembro de 2013, quando foi flagrado dirigindo um caminhão onde estavam escondidos 15 quilos de droga. O entorpecente, segundo ele, pertencia ao ajudante que trabalhava com ele no caminhão, sem que ele tivesse conhecimento. Apesar de alegar inocência foi condenado a nove anos de prisão. Em outubro de 2014 pediu transferência de Rio Branco para o presídio de Cruzeiro do Sul, onde recebeu toda ajuda necessária para ser aprovado no Enem.

Em dado momento da conversa, quando a reportagem do site fala de sua família, Adriano se emociona.

“A falta da família, da filha de apenas sete meses e da vida que levava fora do presídio foram os principais fatores que incentivaram a dedicação aos estudos. Ao lembrar da prisão e falar sobre a inocência, o reeducando chega a se emocionar”, diz um trecho da reportagem.

“Sempre trabalhei, nunca fui envolvido com nada errado. É a primeira vez que estou em um lugar desse. Toda minha família sabe como eu estou sofrendo. Eu estou aqui devido uma pessoa que se aproveitou da situação, e apesar dele ter assumido toda a culpa a justiça entendeu que eu tinha envolvimento, mas nunca tive”, relatou o detento ao site.

Mesmo estando matriculado na Ufac, Adriano ainda espera uma determinação judicial para poder cursar a faculdade, já que ainda permanece em regime fechado. Várias são as dificuldades encontradas pelo reeducando para ter acesso a faculdade.

“O juiz da Vara de Execuções Penais permitiu que o preso estudasse somente com escolta e acompanhamento, mas a unidade prisional não conseguiu atender essa exigência e sugeriu que Adriano assista às aulas com uma tornozeleira eletrônica”.

Mesmo com as dificuldades, Adriano reconhece que o futuro que lhe espera é promissor e garante: quer estudar e mudar de vida.

Com informações do Juruá Online

 

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