Bruno Porpetta
Não há dúvidas de que vivemos tempos difíceis.
Não bastasse uma Câmara dos Deputados presidida por um senhor que quer nos fazer voltar à Idade Média na marra, representando apenas os interesses mesquinhos dos patrões e vendedores de pedaços do céu, ainda tem as peripécias dos nossos dirigentes esportivos.
Del Nero começa a aparecer nas investigações do FBI sobre os esquemas de corrupção no futebol mundial, nos quais o Brasil tem uma participação muito mais destacada do que a de dentro do campo. Afinal, enquanto você está lendo este jornal, estamos recém-comemorando um ano dos 7 a 1.
De presente, ganhamos uma reunião do conselho de anciões da CBF. Das tumbas do passado, para discutir o futuro. É a cara deles.
Mas o que mais impressionou nestes dias não está nem no futebol.
…resquício da Ditadura
O COB, que não resiste a um olhar mais apurado para suas transações com dinheiro público, resolveu ressuscitar esse espírito nefasto dos tempos de chumbo.
Contrariando essa sanha vingativa que quer encarcerar garotos, para que não tenham chance alguma na vida além de se tornarem profissionais do crime quando adultos, a nadadora Joanna Maranhão ousou se levantar contra a barbárie.
Publicou um vídeo no qual condenava a redução da maioridade penal, além de criticar os Bolsonaros, Felicianos, Cunhas e demais entulhos da ditadura encrustados no parlamento.
Pronto, lá vem o COB “recomendar” que opiniões dos atletas sobre o que acontece no país fiquem guardadas dentro de si.
Tal reação não apareceu quando os caras da ginástica fizeram “piadinhas” racistas para um colega de seleção.
Claro que não. Isso o COB tolera. Procure um negro ou negra na alta cúpula do COB. Não tem. É só para pular, nadar, correr e olhe lá!
