25 de abril de 2024

Extrativistas denunciam exploração predatória de madeira na Reserva Chico Mendes

Sindicato denuncia exploração ilegal de madeira na reserva Chico Mendes

Sindicato denuncia exploração ilegal de madeira na reserva Chico Mendes

O Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Xapuri denunciou ao Ministério Público Federal (MPF), no final de julho, a retirada predatória de madeira dentro da Reserva Extrativista Chico Mendes. A exploração acontece, de acordo com a denúncia, dentro de uma área concedida pelo governo para servir para a prática do manejo florestal comunitário sustentável nas comunidades Rio Branco e Dois Irmãos, abrangendo um total de 500 km2.

O presidente do sindicato, José Alves, disse que a retirada das árvores não tem seguido nenhum dos conceitos de sustentabilidade, retirando até mesmo espécies protegidas por lei, o que coloca em risco a sobrevivência de dezenas de famílias que têm no extrativismo vegetal uma de suas principais fontes de sobrevivência. “Os danos causados dentro da floresta são irreparáveis”, afirma.

O documento levado ao MPF informa que a área de exploração foi concedida para a Cooperativa dos Produtores Florestais Comunitários (Cooperfloresta), que é certificada com o selo verde.

Além de impactos destrutivos dentro da reserva, que não pode sofrer com atividades de impactos predatórios, a Cooperfloresta é acusada de pagar aos seringueiros pela madeira retirada preços bem abaixo daquilo que ela vende para o mercado.

“Enquanto o metro cúbico é vendido por R$ 1,2 mil, eles pagam somente R$ 60 para o seringueiro, e ainda cobram pelos serviços de melhoria que fizeram nos ramais”, diz José Alves.

A entidade diz que a cooperativa adotou um “esquema criminoso” ao recorrer a terceiros para negociar o preço da madeira com os seringueiros.

Outro lado

Procurada pela reportagem, a Cooperfloresta negou todas as acusações. A cooperativa afirma que a área está licenciada e certificada pelo Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMbio) e Ibama.

A entidade afirma trabalhar somente com métodos de manejo sustentável por possuir o FSC, o selo verde que atesta a prática de exploração não predatória no ambiente.

A Cooperfloresta afirma passar por auditorias internacionais para manutenção da certificação do selo verde. Sobre os preços pagos, ela afirma que sua tabela está acima da média do mercado.

Enquanto empresas pagam R$ 40 por metro cúbico, a cooperativa paga R$ 60. Quanto aos trabalhos de recuperação dos ramais, todo o serviço foi realizado pelo governo do Estado, sem a sua participação.

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