20 de abril de 2024

Roraima pode acabar com dependência energética da Venezuela até 2018

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A posição geográfica impede o Estado de se integrar ao Sistema Interligado Nacional (SIN)/Foto: Reprodução

 

Os moradores de Roraima têm convivido, desde meados do ano passado, com inúmeros apagões de energia. A interrupção no serviço causa grandes transtornos à população de Boa Vista e os demais municípios que são abastecidos com energia gerada na Venezuela. “Isolado” no extremo Norte do Brasil, Roraima depende da eletricidade produzida pelo país vizinho para não ficar às escuras.

A posição geográfica impede o Estado de se integrar ao Sistema Interligado Nacional (SIN), o grande emaranhado de cabos e torres da matriz energética brasileira, que conecta o Brasil de um extremo a outro na geração e distribuição de energia. O problema é que entre estes extremos de um País com dimensões continentais há sempre desa
fios.

No caso de Roraima, ele se chama Floresta Amazônica. O problema do fornecimento da energia da Venezuela, segundo especialistas, não ocorre no quesito geração, mas distribuição. Em um simpósio realizado esta semana em Boa Vista, foi apontado que as constantes quedas ocorrem por falta de manutenção dos cabos dos linhão de Guri, que abastece o Estado com eletricidade venezuelana.

Segundo um dos participantes, os cabos já estão desgastados com o tempo (foram instalados em 2001), e não suportam mais a transmissão. O Brasil chegou a repassar dinheiro para a Venezuela fazer a troca destes cabos, até hoje, porém, nada foi feito.

Para acabar com esta dependência, Roraima quer estar, até 2018, interligado ao SIN. Para isso o governo brasileiro vai tirar do papel o projeto de ampliação do Linhão de Tucuruí, uma extensão de 1.800 quilômetros de cabos e torres que leva energia da usina hidrelétrica de Tucuruí (no Pará) para cidades do Amapá e Amazonas, sobretudo Manaus.

Da capital do Amazonas a Boa vista são mais 800 quilômetros de linhão. Ao contrário do trajeto inicial, quando o linhão exigiu a aplicação das mais modernas práticas de engenharia por conta das dificuldades impostas pela floresta, esta fase encontrará menos obstáculos. No percurso Tucuruí/Manaus foram instaladas, por exemplo, torres com até 280 metros de altura -40 a menos que a Torre Eiffel.

O principal gigante para o linhão de Tucuruí chegar até Roraima será o debate ambiental. Não fosse esta questão, Roraima já deveria estar conectado ao SIN desde 2015. Um dos entraves para a obra é a quantidade de terras indígenas no Estado, que chegam a representar quase metade do território.

Se a crise econômica permitir a liberação dos recursos e os índios autorizarem a instalação das torres em suas terras, Roraima vai deixar Guri para trás, saindo de seu isolamento energético e se livrando, em parte, dos famigerados “apagões” dos quais os Estados do SIN também não estão imunes.

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