Crianças treinam no Calafate
O futebol acreano precisa muito de uma mudança concreta. Depois da transformação de amador para profissional, não se viu mais uma revelação nos campos. No entanto, existe em Rio Branco um bairro que pode proporcionar essa mudança em breve para o futebol do Acre. Trata-se da região do Calafate, que possui hoje cerca de 40 mil habitantes, divididos em vários bairros localizados em suas redondezas.
Nesse mesmo bairro, surgiu o Tonho Cabanas, que foi o artilheiro do estadual deste ano, e o meia Ancelmo, que brilhou vestindo a camisa do Rio Branco, Juventus, Guarani, São Paulo e hoje defende Boa vista de Portugal.
Alcelmo diz que passa um filme em sua cabeça ao pensar que anos atrás era ele que vestia um colete para jogar bola no Calafate. “Agora venho visitar meus parentes, e tenho essa grande surpresa que faz relembrar o passado”, afirma Ancelmo.
O Campo do Calafate é um espaço tradicional na capital acreana, local onde são disputadas várias competições amadoras de futebol anualmente. A partir desta semana, o gramado vai servir também para as crianças da região poder correr atrás do sonho de chegar ao futebol profissional em busca de um futuro melhor.
O idealizador do projeto é Valdemir Januário, mais conhecido como Branco. “Começamos a fazer esse projeto porque nosso principal objetivo é tentar diminuir a violência, envolver as crianças, pois acredito muito nesse trabalho de prevenção e que pode contribuir muito. Dentro desse trabalho podemos revelar bons jogadores para o nosso futebol acreano e, quem sabe, até para o futebol nacional e internacional”, diz.
São 130 crianças participantes das aulas. Entre elas, estão Luís Eduardo e João Lucas, ambos de 13 anos, os quais mesmo sem chuteiras mostram força de vontade e dedicação para não desistir do sonho.
“Quero ser igual aos melhores jogadores, como Cristiano Ronaldo, e alcançar o sonho”,
conta João Lucas.
Já Luís Eduardo diz o que faz para alcançar o objetivo de ser um jogador de futebol profissional. “Estudando e vindo para a escolinha, para ver se chego lá”, comenta o menino cheio de esperança.
O professor da garotada, Erismeu Silva, revela qual a principal cobrança sobre os alunos.
“O principal foco nosso é nos estudos deles. Falei para eles: ‘a primeira coisa que vou cobrar de vocês são as notas, comportamento na escola’. No mais, aqui a gente dá sequência tentando ensinar fundamentos, uma base para que eles, mais à frente, consigam chegar como o Ancelmo chegou. Se não der para ser um belo jogador de futebol, mas que seja um cidadão de bem.”
A escolinha funciona às terças e quintas-feiras, pela manhã e à tarde, das 7 às 9 horas e das 15 às 17 horas. Por causa das despesas com aluguel do campo e recursos como água mineral, é cobrada uma taxa de R$ 15 por criança.
