20 de abril de 2024

Dívida pública sobe 2,77% em junho, para R$ 2,95 trilhões

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A dívida pública federal brasileira, que inclui os endividamentos interno e externo do governo, subiu 2,77% em junho, para R$ 2,95 trilhões, informou o Tesouro Nacional nesta segunda-feira (25). Em maio, o endividamento público havia somado R$ 2,87 trilhões.

O aumento da dívida pública em junho está relacionado com a emissão líquida de títulos públicos, ou seja, acima do volume dos resgates (papéis que venceram no mês passado) em R$ 61,1 bilhões.

Em junho, foram resgatados R$ 1,31 bilhão em papéis, enquanto que as emissões de títulos da dívida somaram R$ 62,42 bilhões. A alta da dívida também está relacionada com as despesas com juros, que totalizaram R$ 18,67 bilhões no mês passado.

Dívida interna X externa
No caso da dívida interna, houve alta de 3,41% em junho, para R$ 2,74 trilhões. A emissão de títulos públicos e as despesas com juros contribuíram para o aumento da dívida interna no mês passado.

No caso do endividamento externo, houve uma queda de 10,34% no mês passado, para R$ 120 bilhões. No caso da dívida em moeda estrangeira, o recuo decorreu da queda do dólar no período.

Como a dívida no exterior é cotada em moeda estrangeira, principalmente o dólar, quando essa moeda cai frente ao real, consequentemente diminui o valor da dívida externa.

Programação para 2016
A expectativa do Tesouro Nacional é de que a dívida pública continuará avançando em 2016 e deverá ultrapassar a barreira dos R$ 3 trilhões no fim deste ano, podendo chegar a R$ 3,3 trilhões.

Segundo o Tesouro, as necessidades brutas de financiamento da dívida pública neste ano, por meio da emissão de títulos, são de R$ 698 bilhões, mas estão previstos R$ 108 bilhões em recursos orçamentários. Com isso, a necessidade líquida de financiamento é de R$ 589 bilhões.

Compradores
Os números do Tesouro Nacional também revelam que a participação dos investidores estrangeiros na dívida pública interna caiu em junho. No mês passado, os investidores não residentes detinham 16,41% do total da dívida interna (R$ 465 bilhões), contra 16,6% (R$ 455 bilhões) em maio.

Com isso, os estrangeiros seguem na quarta colocação de principais detentores da dívida pública interna em junho, atrás das instituições financeiras (23,65% do total, ou R$ 671 bilhões), dos fundos de previdência (23,57%, ou R$ 668 bilhões) e dos fundos de investimento (20,91% do total, ou R$ 593 bilhões).

Perfil da dívida
O Tesouro Nacional informou ainda que o estoque de títulos prefixados (papéis que têm a correção determinada no momento do leilão) somou R$ 1,06 trilhão em junho, ou 37,4% do total, contra R$ 1 trilhão, ou 36,66% do total, em maio. O cálculo foi feito após a contabilização dos contratos de swap cambial.

Os títulos atrelados aos juros básicos da economia (os pós-fixados) também tiveram sua participação elevada em junho. No fim do mês passado, estes títulos públicos representavam 19,97% do volume total da dívida interna em mercado, ou R$ 566 bilhões, contra 19% do total (R$ 522 bilhões) em maio.

A parcela da dívida atrelada aos índices de preços (inflação) somou 35,17% do total em junho deste ano, ou R$ 997 bilhões, contra 35,63% do total em maio de 2016 – o equivalente a também a R$ 977 bilhões.

Contratos de swap
Os ativos indexados à variação da taxa de câmbio, por sua vez, somaram 7,40% do total (R$ 210 bilhões) em junho, contra R$ 237 bilhões (8,67% do total) em maio deste ano.

Esta dívida atrelada ao dólar se deve à emissão, pelo Banco Central, de contratos de swap cambial – que funcionam como uma venda de dólares no mercado futuro (derivativos) para evitar uma alta maior na cotação do dólar.

Os swaps cambiais são contratos para troca de riscos. O BC oferece um contrato de venda de dólares, com data de encerramento definida, mas não entrega a moeda. No vencimento deles, o BC se compromete a pagar uma taxa de juros sobre valor dos contratos e recebe do investidor a variação do dólar no mesmo período.

É uma forma de a instituição garantir a oferta da moeda norte-americana no mercado, mesmo que para o futuro, e controlar a alta da cotação. Recentemente, a instituição informou que pretende emitir menos destes contratos, o que tende a baixar o patamar da dívida atrelada à variação da taxa de câmbio.

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