Após AVC, músico Antônio Pedro morre aos 75 anos no Pronto Socorro de Rio Branco

O músico e mestre da cultura popular, Antônio José da Silva, ou como era conhecido e carinhosamente chamado pelos amigos “Mestre Antônio Pedro”, morreu vítima de um AVC na noite de segunda-feira (26). Segundo informações dadas por amigos, ele estava bastante doente no sábado e foi levado ao Hospital de Urgência e Emergência de Rio Branco, onde permaneceu internado.

Nascido no Seringal Bonsucesso, município de Feijó, ele aprendeu a tocar violão, a afinar e também a compor suas músicas, tudo sozinho. Na vida adulta, aprendeu também a tocar harmônica, rabeca, banjo e se tornou mecânico de instrumentos, além disso foi seringueiro durante parte da vida.

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Mestre Antônio Pedro era uma das referências culturais do Acre /Foto: Reprodução

A produção musical do Mestre Antônio Pedro tinha um ritmo próprio, batizado por ele mesmo de “enverseios”, que traziam em suas melodias e letras temas a sabedoria da floresta. Em 2008, através do projeto Baquemirim, começou a ensinar os ritmos herdados de seu pai: choros, marchas, mazurcas, valsas, danças (desfeiteira, carreirinha, cana verde) e sambas acreanos.

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Músico chegou a gravar três CDs /Foto: Reprodução

Casado com Carmem Almeida da Silva, com quem ele teve 11 filhos e muitos netos, além da parceria de vida a musical. O músico ficou conhecido em 2007, quando o pesquisador Alexandre Anselmo “descobriu” o talento do musicista que chegou a gravar três CDs: Passo da Natureza (2010), Baile do Seringueiro (2010) e Baque do Acre (2012), este com “Seu Bima” (Abismar Gurgel) e outra figura lendária do universo musical seringueiro.

A morte do Mestre Antônio Pedro foi recebida com muito pesar pelos amigos e familiares: “Fizemos de tudo, Vovô. Mas Deus quis assim. Você já está me fazendo falta, e isso está causando tanta dor no Coração. Ai que Dor”, manifestou-se uma de suas netas em sua página no Facebook.

A classe artística também se manifestou “Voa Ararinha, Ararinha voou. Mestre Antônio Pedro partiu pro Astral”, escreveu o cineasta Sérgio de Carvalho utilizando uma das letras escritas por Antônio Pedro.

“A voz do Antônio Pedro Uirapuru se calou. A floresta ficou mais triste e a poesia dos enverseios silenciou para sempre. Mas sua obra ficou registrada para as futuras gerações. Obrigado amigo Antônio, pelos conhecimentos e pela simplicidade. Fica a saudade e o dever de manter sua obra viva para o bem da cultura do Brasil e do Mundo”, declarou outro amigo.

O corpo está sendo velado no “Casarão” localizado na Avenida Brasil, no centro de Rio Branco. O velório segue até amanhã.

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