19 de abril de 2024

Oito acervos documentais são inseridos na Memória do Mundo

Foto da Frente Negra Brasileira, em São Paulo, integra arquivo do médico Arthur Ramos de Araújo Pereira (Foto: Divulgação)

Foto da Frente Negra Brasileira, em São Paulo, integra arquivo do médico Arthur Ramos de Araújo Pereira (Foto: Divulgação)

O médico Arthur Ramos de Araújo Pereira (1903-1949) atuou no campo da psiquiatria e da medicina legal, mas foi na área da antropologia que deu grande contribuição para a sociedade brasileira. Foi responsável por repensar conceitos sobre a população negra e mestiça brasileira, além de se debruçar sobre as religiões de origem africana. De 1926 a 1949, escreveu 458 trabalhos.

O arquivo de Ramos – com pesquisas, fotografias e manuscritos, entre outros – foi vendido à Biblioteca Nacional em 1956, parte pela viúva, Luiza Ramos, parte pela Universidade do Brasil. Constitui uma das mais extensas coleções sob a guarda da Divisão de Manuscritos da Biblioteca Nacional, entidade vinculada ao Ministério da Cultura.
Nesta sexta-feira (11), o arquivo de Ramos, assim como outros sete conjuntos de documentos selecionados no edital MowBrasil 2016 para inscrição no Registro Nacional do Programa Memória do Mundo da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), foi reconhecido pelo MinC como um relevante patrimônio documental nacional. O reconhecimento foi publicado em portaria no Diário Oficial da União.
Além desse arquivo, foram selecionados pelo edital MowBrasil 2016 e reconhecidos pelo MinC os seguintes documentos: a) arquivo da Comissão Teotônio Vilela de Direitos Humanos; b) acervo de Jean Pierre Chabloz, referente à batalha da borracha; c) dissídios trabalhistas do Conselho Nacional do Trabalho: um retrato da sociedade brasileira da Era Vargas; d) Pensar o Brasil: a revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileira 1839-2011; e) o conjunto documental Companhia Empório Industrial do Norte (1891-1973); f) Arquivo Circo Garcia; e g) coleção de obras raras da biblioteca Mineiriana do Instituto Cultural Amilcar Martins.
A seleção do edital foi realizada pelo Comitê Nacional do Brasil do Programa Memória do Mundo da Unesco (MoWBrasil), reunido na sede do Arquivo Nacional, no Rio de Janeiro, nos dias 19 e 20 de outubro deste ano. Ao todo houve inscrição de 42 candidaturas.
 
História
Iniciativa da Unesco, o Programa Memória do Mundo (Memory of the World – MOW), criado em 1992, reconhece documentos, arquivos e bibliotecas de grande valor internacional, regional e nacional. Entre os objetivos da iniciativa estão os de preservar e difundir esse acervo e impedir que o patrimônio da humanidade seja esquecido.
A iniciativa pressupõe que o patrimônio documental mundial pertence a todos, deve ser preservado e acessível “de maneira permanente e sem obstáculos”. Além de realizar registro com certificado, o programa facilita o acesso e preservação desse tipo de patrimônio.
Em setembro de 2004, o Ministério da Cultura criou o Comitê Nacional do Brasil do Programa Memória do Mundo da Unesco – MOW Brasil. Desde seu funcionamento oficial, em 2007, lançou diversos editais que resultaram em acervos documentais nominados.
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