Homem deixa para trás subempregos na cidade e se torna agricultor de sucesso

Trocar o campo pela cidade à procura de uma vida melhor sempre foi a opção mais comum. Porém, José César Contente da Silva, de 47 anos, cansado de trabalhar em subempregos e do caos urbano, fez o caminho inverso. Passados quase dez anos, ele agora é um agricultor próspero do município de Cruzeiro do Sul, distante 660 quilômetros da Capital.

Mas existe uma pergunta que não quer calar: como, sem apoio do poder público ou de financiamentos bancários, isso aconteceu? O agricultor nem titubeia: “Trabalho, muito trabalho”. Mas essa história de sucesso foi marcada por percalços.

Em entrevista ao jornalista Jorge Natal, Cesar falou um pouco da história de sua vida tão suada /Foto: ContilNet

César nasceu na cidade, mas aos 12 anos precisou ir morar com o pai no Seringal Ouro Preto, na região do Baixo Juruá, retornando à sede do município aos 18 anos. Com apenas o ensino fundamental incompleto, passou a fazer “bicos” como ajudante de serralheiro, pedreiro e mecânica. O primeiro emprego com carteira assinada foi nas empresas da família Cameli.

Cesar resolveu começar uma criação de suínos /Foto: Jorge Natal

O trabalho de “peão de trecho” lhe rendia um bom salário, mas ele havia casado e não gostava de ficar longe da família. Em comum acordo com a esposa, Zenilde de Alencar Silva, decidiu que iria trabalhar como caseiro em um sítio nos arredores da cidade.

A propriedade pertence a uma tradicional família e localiza-se no Ramal do Japãozinho, cujo acesso se dá pela Estrada do Pentecoste, na divisa com o município de Mâncio Lima. “Além da nossa moradia, encontrei apenas uma casa de farinha e 25 hectares de mato”, lembrou o agricultor, que durante seis meses ganhou um salário mínimo pelos serviços prestados.

Trabalho e prosperidade

Frutas fazem parte da produção de Cesar /Foto: Jorge Natal

O casal fez um acordo com os proprietários segundo o qual não receberia mais o salário e toda renda gerada na propriedade seria deles. “Preparamos a terra para a macaxeira, dividindo-a em várias partes, onde o plantio e a colheita de cada uma seriam de acordo com o nosso planejamento”, explicou o agricultor, que vende uma saca da farinha por R$ 170 reais.

Também negociam frutas, galinhas e patos. “Estamos começando uma criação de suínos de uma raça avantajada”, destacaram eles que, às exceções dos sábados e domingos, começam a trabalhar a partir das 3 horas da manhã.

O trabalho duro, que também conta com a ajuda de um filho de 16 anos, proporciona à família uma renda que lhe permite possuir uma TV de Led, um freezer, uma geladeira, entre outros eletrodomésticos incomuns na zona rural. Eles possuem ainda uma moto e um carro, além de duas propriedades rurais devidamente quitadas.

Criação de galinhas do agricultor /Foto: Jorge Natal

Companheira de todas as horas, Zenilde define a vida próspera com três palavras: “Planejamento, organização e trabalho. Aqui nós temos qualidade de vida, uma vez que não existe aquele estresse das cidades. Alimentamo-nos bem, a gente dorme de janelas abertas e os vizinhos são amigos”, relatou a mulher, que se considera uma pessoa feliz.

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