19 de abril de 2024

Grupo faz ato em frente ao Planalto após revelação de denúncias contra Temer

Manifestantes se reuniram em frente ao Palácio do Planalto, em Brasília, na noite desta quarta-feira (17), para protestar contra o presidente Michel Temer. O ato fazia referência às denúncias, reveladas pelo jornal “O Globo” no fim da tarde, de que Temer foi gravado dando aval para comprar o silêncio do deputado cassado e ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Por volta das 22h20, a Polícia Militar contabilizava mais de cem manifestantes no local. Naquele momento, uma pessoa já tinha sido detida por tentar invadir a área privativa do Palácio do Planalto, de acordo com a PM.

Pouco antes das 22h, o grupo que se reunia em frente às grades de proteção do Palácio do Planalto foi “recuado” pela Polícia Militar rumo à Praça dos Três Poderes – do outro lado das seis faixas do Eixo Monumental. Os militares usaram spray de pimenta no momento desse recuo.

Segundo a corporação, o uso do spray ajudou a “impedir a invasão” do prédio. Apesar do cerco policial, por volta das 23h, os manifestantes já tinham voltado a ocupar a calçada em frente às grades de proteção do Palácio do Planalto.

Em razão do protesto, todas as faixas do Eixo Monumental no sentido rodoviária-Congresso foram bloqueadas na altura do Palácio do Itamaraty, antes da Praça dos Três Poderes. O trânsito foi direcionado para a via S2, que passa por trás dos ministérios, no mesmo sentido.

Grupo protesta contra Michel Temer em frente ao Palácio do Planalto, em Brasília (Foto: Gustavo Aguiar/G1)

O deputado Alessandro Molon (Rede-RJ), que protocolou um pedido de impeachment contra o presidente Michel Temer após as denúncias, esteve no protesto. Deputados do PT, como Erika Kokay (DF) e Robinson Almeida (BA), também compareceram.

“Os fatos são muito graves, a delação é muito grave, o crime está mais do que comprovado. Portanto, não há como parar esse processo. Espero que o Rodrigo Maia, amanhã, despache o seu ‘de acordo’, mande instalar a comissão, e que a gente casse Michel Temer o quanto antes”, disse Molon.

Dentro do Planalto

Militares do Exército que atuam na segurança do Palácio do Planalto também se posicionaram nos arredores do prédio, para conter o avanço dos manifestantes. No protesto, havia pessoas com bandeiras do PT e do Brasil. O grupo gritava palavras de ordem contra Michel Temer e contra o impeachment de Dilma Rousseff, e também pedia eleições diretas para a presidência da República.

Em nota, o Palácio do Planalto afirmou que Temer se reuniu com o empresário Joesley Batista, dono da JBS, mas “jamais” tentou evitar a delação de Cunha. “Não participou e nem autorizou qualquer movimento com o objetivo de evitar delação ou colaboração com a Justiça pelo ex-parlamentar”, diz trecho.

A denúncia

Segundo o jornal, o empresário Joesley Batista entregou uma gravação feita em março deste ano em que Temer indica o deputado Rodrigo Rocha Lourdes (PMDB-PR) para resolver assuntos da J&F, uma holding que controla o frigorífico JBS. Posteriormente, Rocha Lourdes foi filmado recebendo uma mala com R$ 500 mil, enviados por Joesley.

Ainda não há informação sobre se a delação foi homologada. O Supremo Tribunal Federal (STF) disse que não irá se pronunciar nesta quarta-feira (17) sobre a delação.

Em outra gravação, também de março, o empresário diz a Temer que estava dando a Eduardo Cunha e ao operador Lúcio Funaro uma mesada para que permanecessem calados na prisão. Diante dessa informação, Temer diz, na gravação: “tem que manter isso, viu?”

Na delação de Joesley, o senador Aécio Neves (MG), presidente do PSDB, é gravado pedindo ao empresário R$ 2 milhões. A entrega do dinheiro foi feita a Frederico Pacheco de Medeiros, primo de Aécio, e filmada pela Polícia Federal (PF). A PF rastreou o caminho do dinheiro e descobriu que foi depositado numa empresa do senador Zeze Perrella (PSDB-MG).

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