Dia mundial do Doador de Sangue: números no Acre ainda estão longe do necessário

No dia 14 de junho é celebrado o Dia Mundial do Doador de Sangue, a data foi criada por iniciativa da Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2014 e foi escolhida em homenagem ao dia de nascimento de Karl Landsteiner, um imunologista austríaco que descobriu o fator RH e várias diferenças entre os tipos sanguíneos.

O objetivo da celebração é homenagear a todos os doadores de sangue e conscientizar os não-doadores sobre a importância deste ato, que é responsável pelo salvamento de milhares de vidas.

Com o slogan “O que você pode fazer? Doe sangue. Doe agora. Doe regularmente”, a campanha deste ano, segundo a OMS, tem foco na doação de sangue durante emergências, quando a demanda por transfusões de sangue aumenta, bem como o interesse da população em ajudar.

No Acre, a demanda ainda é maior que a oferta. De acordo com Kézia Nogueira, gerente de capitação no Hemoacre, por mês o hemocentro recebe cerca de 700 doações, mas, para suprir a necessidade dos hospitais do Estado seria necessário um acréscimo de, pelo menos, 350 doadores mensalmente.

“Não há como dizer com precisão a quantidade de doadores, pois não há números fixos, mas recebemos cerca de 22 a 25 pessoas por dia, o ideal seria que este número fosse entre 30 a 40 doadores”, explicou a enfermeira.

As transfusões de sangue são um componente essencial dos cuidados médicos de emergência. O suprimento adequado de sangue durante esses momentos requer um serviço de transfusão bem organizado, que só pode ser assegurado com a colaboração de toda a comunidade e com uma população comprometida com doações voluntárias não remuneradas ao longo do ano.

Ângelo Scariotti Vieira, de 21 anos, é doador há um ano /Foto: Arquivo pessoal

O estudante de psicologia Ângelo Scariotti Vieira, de 21 anos, é doador há um ano. Ele conta que a primeira vez que doou sangue foi para ajudar um amigo e hoje a prática já se tornou rotina: “Sempre que alguém precisa e eu estou apto a doar vou lá e faço a doação, é uma boa ação, faz muito bem e ajuda ao próximo”, explicou o estudante.

Como ser um doador

A doação de sangue o é um ato simples, mas o voluntário precisa atender alguns critérios determinados por normas técnicas do Ministério da Saúde que visam a proteção ao doador e a segurança de quem vai receber o sangue. Homens podem doar até quatro vezes no período de um ano, mulheres três.

No geral, qualquer pessoa pode doar, basta levar um documento oficial com foto e órgão expedidor (RG ou documento oficial equivalente) e se apresentar ao Hemoacre, localizado na Av. Getúlio Vargas, n° 2787 – Bosque.

Quem pode doar?

– É necessário ter mais de 18 anos, porém quem tem entre 16 e 18 anos incompletos poderá realizar desde que com o consentimento dos pais ou responsáveis legais.
-Ter até 69 anos, 11 meses e 29 dias de idade, sendo que a primeira doação deve ter sido feita antes dos 60 anos;
– Ter peso igual ou superior a 50 kg;
– Estar alimentado, mas evite alimentos gordurosos nas três horas que antecedem a doação. Caso seja após o almoço, aguardar duas horas;
– Ter dormido pelo menos seis horas nas últimas 24 horas.

É necessário ficar atento a alguns impedimentos temporários:

– Estar bem de saúde. Ou seja, se estiver gripado, resfriado, com febre, espere 7 dias após o desaparecimento dos sintomas;
– Período gestacional;
– Período pós-gravidez: 90 dias para parto normal e 180 dias para cesariana;
– Amamentação;
– Ingestão de bebida alcoólica nas 12 horas que antecedem a doação;
– Tatuagem e/ou piercing nos últimos seis meses (piercing em cavidade oral ou região genital impedem a doação);
– Não ter feito exames/procedimentos com utilização de endoscópio nos últimos seis meses;
– Comportamento de risco para doenças sexualmente transmissíveis: aguardar 12 meses.

Existem também os impedimentos definitivos:

– Hepatite após os 10 anos de idade;
– Evidência clínica ou laboratorial das seguintes doenças transmissíveis pelo sangue: hepatites B e C, Aids (vírus HIV), doenças associadas aos vírus HTLV I e II e Doença de Chagas;
– Uso de drogas ilícitas injetáveis;
– Malária

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