25 de abril de 2024

Ufac abre processo administrativo contra professor do curso de Jornalismo

De acordo com informações da Universidade Federal do Acre (Ufac), foi aberto na última quarta-feira (19) um processo administrativo disciplinar (PAD) para averiguar as denúncias de alunos do curso de Jornalismo da instituição, que acusaram o docente Mauro Cesar Rocha de ter proferido acusações homofóbicas e discursos de ódio durante uma aula de Sociologia na semana passada.

“Com discurso claramente homofóbico, o citado professor fez as seguintes afirmações: ‘os homossexuais inventaram a Aids’, ‘mulheres lésbicas são frutos de abusos dos pais’, ‘homossexualidade é anomalia genética’, ‘gays não podem adotar’ e finalizou com ‘ser gay é uma opção’”, dizia a nota, assinada pelo Centro Acadêmico e divulgada na terça-feira (18).

Além disso, a Universidade também destacou que repudia qualquer ato de racismo, preconceito e discriminação social, “seja de identidade étnica, sexual, de gênero, religiosa ou de qualquer outra natureza, que venha ferir o direito de qualquer cidadão”, destaca a nota.

Professor Mauro é acusado de crime de homofobia/Foto:Reprodução

Leia a nota dos alunos na íntegra:

No dia 12 de julho de 2017 os alunos do segundo período do curso Jornalismo da Universidade Federal do Acre (Ufac) vivenciaram uma situação abusiva dentro da sala de aula. O professor de Sociologia da Comunicação, no exercício de suas atividades docentes, proferiu discurso que fere princípios básicos da dignidade da pessoa humana.

Com discurso claramente homofóbico, o citado professor fez as seguintes afirmações: “os homossexuais inventaram a AIDS”, “mulheres lésbicas são frutos de abusos dos pais”, “homossexualidade é uma anomalia genética”, “gays não podem adotar” e finalizou com “ser gay é uma opção”. Ao ser questionado por um dos alunos presentes, o docente respondeu: “eu não sabia que aqui nessa sala tinha essas coisas”, referindo-se aos alunos homossexuais da sala como meros objetos.

O Centro Acadêmico do Curso de Jornalismo (CACJ) repudia todo e qualquer discurso de ódio por parte de docentes, discentes, servidores ou quaisquer membros da sociedade, seja no âmbito acadêmico, profissional ou social. Repudia, também, o ensino baseado em opiniões pessoais sem o devido fundamento teórico ao qual se destina a formação acadêmica.

Ressalte-se que o CACJ tem ciência da relação construída entre alunos e professores ao longo dos 15 anos de existência do curso de Jornalismo e que tal atitude destoa da imagem ora fortalecida e que a cada dia cresce em prol do bem-estar individual e coletivo baseado no respeito mútuo.

Como jornalistas em processo de formação, aprendemos que é nosso dever ético opor-se ao arbítrio, ao autoritarismo e à opressão, bem como defender os princípios expressos na Declaração Universal dos Direitos do Homem e estaremos acompanhando o desenrolar dos procedimentos e tomando as providências cabíveis.

Rio Branco, Acre – 18 de julho de 2017
Centro Acadêmico do Curso de Jornalismo

Com informações do site G1 Acre.

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