21 de abril de 2024

Família Borges realiza lançamento do primeiro volume das 14 obras deixadas por Bruno

Prestes a completar quatro meses, o desaparecimento de Bruno Borges segue sem esclarecimentos. Além das pistas e escritos deixados em seu quarto, o jovem de 24 anos também deixou para trás 14 volumes criptografados, que estão sendo traduzidos pela família para tentar entender o que levou o rapaz à fuga tão bem planejada.

Com apoio da Infinity Editorial e Marketing, foi realizado na noite da última quinta-feira (20), no Buffet Pão de Queijo, o lançamento do primeiro volume, intitulado “Teoria de Absorção do Conhecimento – TAC”. De acordo com a sinopse oficial, o livro “propõe uma metodologia capaz de potencializar a absorção e a criação de conhecimentos”, com práticas e mecanismos que podem levar o indivíduo a multiplicá-los.

“TAC” é o primeiro das quatorze obras deixadas pro Bruno Borges /Foto: Astorige Carneiro/ContilNet

Entre os convidados estavam amigos e parentes do autor desaparecido, além das presenças do Governador Tião Viana e do prefeito Marcus Alexandre. O livro estará disponível nas livrarias locais em breve e já está disponível para compra on-line.

Para Denise Borges, mãe de Bruno, trata-se de uma exaltação da obra do próprio filho. Nos primeiros momentos do desaparecimento, Denise afirmou que “o desespero não deixa a gente raciocinar direito”, e que ela se percebeu impotente diante da situação ao ver que as semanas passavam e nada era resolvido.

“Resolvemos procurar no quarto dele se havia alguma pista. Saímos olhando livro por livro, e acabamos percebendo que o isolamento faz parte de uma teoria. Ao fim desse volume ele fala de isolamento, então não havia como fazer isso com a família. Ele está vivendo essa teoria, vivendo essa tese”, afirmou.

Denise e Athos Borges, pais de Bruno /Foto: Astorige Carneiro/ContilNet

O processo de decodificação está sendo realizado pela irmã de Bruno, Gabriela Borges, com apoio de um amigo. Segundo Denise, foram usadas nove criptografias distribuídas nos 14 volumes. Outros três já estão decodificados, mas devem seguir o intervalo de 60 a 90 dias para o lançamento oficial no mercado.

A coaching literária Renata Carvalho, que atua no ramo editorial há 15 anos, interessou-se pela história de Bruno após ver uma reportagem sobre o caso do “Menino do Acre”. Prestando consultoria, Renata auxiliou a família no processo de publicação.

Réplica da emblemática estátua de Giordano Bruno foi exposta junto aos livros /Foto: Astorige Carneiro/ContilNet

“A família optou por transformar essa publicação em uma obra mais acessível. A família quer que a obra seja lida, seja entendida pelo público. O trabalho de Bruno é uma provocação filosófica. Enquanto leitora, posso afirmar que esse livro desperta a importância que os grandes pensadores tiveram – e têm – em nossas vidas”, destacou Renata.

Entenda o caso até agora

Em 27 de março deste ano Bruno desapareceu e deixou para trás várias pistas sobre o que pode ter levado ao seu sumiço. Entre elas, escritos nas paredes, chão e teto do quarto na casa onde morava, e uma estátua de aproximadamente dois metros do filósofo Giordano Bruno (1548-1600), além de 14 volumes criptografados com a obra do jovem acreano.

O caso ficou ainda mais complicada em maio, quando Marcelo Ferreira (amigo de Bruno) foi detido pela polícia acusado do crime de falso testemunho. Na casa de Marcelo foram encontrados dois contratos que garantiam porcentagens de lucros caso os livros fossem vendidos.

Vídeo emocionante sobre a criação da obra de Bruno /Foto: Astorige Carneiro/ContilNet

Os policiais também encontraram móveis do quarto do estudante na casa de outro amigo, Márcio Gaiote, que também teria participado na logística. Gaiote foi comunicado, mas não compareceu à delegacia. Ele mora na Bahia, por isso, foi indiciado indiretamente por furto e falso testemunho.

Para a polícia, os contratos, e-mails e mensagens trocadas entre os amigos esclarecem o caso. Segundo o delegado responsável pelo caso, Alcino Sousa Júnior, o desaparecimento de Bruno foi parte de um plano para garantir a divulgação do trabalho dele: “Não foi um sequestro, mas se trata de uma vontade própria, como já foi falado, onde existe um plano para divulgação das obras”.

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