20 de abril de 2024

Dia Mundial do Alzheimer conscientiza sobre importância do apoio e do carinho no tratamento

“Olhou para nós como se estivesse sendo arrastada pela correnteza para o vazio do oceano, iria se afogar, afogar-se no esquecimento. Assustada, surpresa por não se lembrar, coisas simples. Era um exercício sobre-humano remar de volta.”

O trecho acima, do livro autobiográfico “Ainda Estou Aqui”, do autor Marcelo Rubens Paiva, retrata a luta da mãe do escritor com a doença degenerativa conhecida como Mal de Alzheimer. Nesta quinta-feira (21), celebra-se o Dia Mundial do Alzheimer, que busca trazer conscientização sobre a doença e seus tratamentos.

Ayres Rocha, de 55 anos, profissional do jornalismo acreano há 30 anos, relatou em entrevista exclusiva à equipe do site ContilNet que sua mãe, Raimunda de Souza Rocha, de 87 anos, foi diagnosticada há pouco mais de um ano com o mal de Alzheimer. “Começou com perguntas repetitivas, dúvidas relativamente simples do dia a dia. Mas quando isso começou a adquirir certa frequência, nós a encaminhamos para exames onde nos apresentaram que, infelizmente, ela estava nos estágios iniciais da doença”, disse Ayres.

Ayres Rocha com a mãe Raimunda Rocha/Foto: Arquivo Pessoal

Desde então, mudanças significativas foram estabelecidas para cuidar da matriarca da família. Duas cuidadoras – uma para o período do dia e outra para o período da noite – foram contratadas, e os irmãos (seis, no total) revezam-se para visitar diariamente a mãe.

“Cada dia é uma inconstância. Ela já chegou até a me confundir com meu tio na TV! Mas família é sempre acima de tudo. Paciência acima de tudo também. Minha mãe nos criou da melhor forma possível, e o mínimo que podemos fazer é retribuir.

OS irmãos Rocha que se revesam nos cuidados e carinhos com a mãe “Família é tudo”, diz jornalista/Foto: Arquivo Pessoal

O QUE É O MAL DE ALZHEIMER?

Trata-se de uma doença de lenta e progressiva evolução, que destrói as funções mentais importantes, levando o paciente à demência – termo usado para indicar que o indivíduo perdeu suas capacidades de raciocínio, julgamento e memória, tornando-se dependente de apoio nas suas atividades diárias.

Segundo a Organização Mundial de Saúde, a doença afeta cerca de 28 milhões de pessoas em todo o mundo, sendo 1,2 milhão de casos apenas no Brasil (de acordo com a Abraz – Associação Brasileira do Alzheimer). E a estimativa é que o número global salte para 66 milhões em 2030.

Hoje, não há um exame específico que diagnostique a doença. No caso do Alzheimer, para descartar a possibilidade de outras doenças, são usados exames do líquido cerebrospinal (ou líquor, normalmente retirado da lombar) e tomografia computadorizada ou ressonância magnética.

O problema é que nem sempre o resultado é claro ou rápido, o que traz sensação de insegurança e incerteza aos pacientes. Mas pesquisas recentes – como a dos cientistas da Ufscar (Universidade Federal de São Carlos) apostam em biomarcadores, especificamente no ADAM10, proteína que pesquisas têm relacionado ao quadro degenerativo.

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