Depressão na gravidez: “É preciso se cercar de quem nos quer bem”

A dificuldade que assusta muitas mães, que não tem como prever as reações durante e após o nascimento dos bebês, pode desencadear uma série de dificuldades que vão além do campo emocional, colocando em risco a própria integridade da saúde física das mamães.

A reportagem da ContilNet falou com a jornalista Rayssa Natani, que enfrentou os obstáculos de um transtorno desde o início da gravidez do pequeno Otto, para entender um pouco mais a realidade das mulheres que passam por quadros como esse.

Otto hoje tem sua família completa, cheia de amor e pronta para vê-lo crescer /Foto: Arquivo Pessoal

Quando questionada sobre o exato momento em que percebeu que algo não estava certo com seu emocional, Rayssa contou que perdeu a vontade de fazer tarefas habituais e sair de casa já parecia mais um desafio do que algo prazeroso.

“Desde a gravidez, que foi inesperada. Eu não tinha vontade de fazer as tarefas habituais. Não queria sair de casa, socializar, não tinha ânimo. Mas oscilava um pouco. Após o nascimento, no puerpério, a situação piorou e a tristeza era uma constante. Chorava todos os dias nos primeiros meses. Sentia uma solidão que nunca havia sentido. Amava meu filho, mas não com todo aquele romantismo em volta da maternidade, e me sentia culpada por isso”, disse.

Em busca de entender as razões que a colocaram em tal situação, Rayssa viu as coisas se complicarem ainda mais com a sobrecarga das tarefas de uma mãe de primeira viagem. De acordo com ela, o relacionamento com o pai do bebê não era bom, o que fazia com que ela se desdobrasse e em mil por Otto, mesmo em seus piores dias.

“A sensação de sobrecarga agravou a situação. Não tinha uma boa relação com o pai do meu filho, e acabava cuidando dele sozinha. Eu tinha que me desdobrar pra dar tudo que ele precisava, mesmo não estando bem. Por isso o apoio da família foi indispensável. Era com eles que eu podia contar naquele momento”, comentou.

O pequeno Otto é motivo de alegria e diversão por onde passa /Foto: Arquivo pessoal

Hoje em dia, Rayssa trocou a tristeza e os dias pesados pelo sorriso largo estampado no rosto. Ela e o padrasto de Otto, Diego, são os responsáveis pelo sorriso refletido nas brincadeiras, descobertas e nos passos do xodó. Mas a mamãe fez questão de ressaltar que o assunto deve ser levado muito a sério e que a ajude de profissionais pode ser essencial em momentos como este.

“Apesar de o apoio familiar ser de grande valia, é necessário buscar um tratamento profissional. Muitas vezes as pessoas ao redor não conseguem entender ou lidar com o que você está sentindo, e mesmo querendo ajudar podem acabar atrapalhando. É importante se cercar de quem realmente nos quer bem e não ter vergonha de buscar ajuda”, finalizou.

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