“Discurso contra Gladson na Câmara revela a baixaria que será a campanha de 2018”, diz colunista

Baixo nível

O discurso virulento e impróprio feito pelo vereador Railson Correia, do partido Podemos, contra o senador Gladson Cameli, pré-candidato do PP ao governo do Estado, nos dá a dimensão da baixaria que tomará conta da campanha do ano que vem.

Afronta aos fatos

Railson sugeriu, durante a sessão de terça-feira (21), que Gladson “venha morar no Acre, ao invés de passar a vida no exterior”, em especial em Las Vegas, nos Estados Unidos. Tal impostura não apenas afronta os fatos, como denigre o emissor pela inverdade da afirmação. Mas a maledicência não necessita de uma verdade em que se apoiar.

Serviçal

Integrante da base de apoio do petista Marcus Alexandre na Câmara, Railson resolveu mostrar serviço ao responder às críticas dos colegas oposicionistas, segundo os quais o prefeito da Capital tem dedicado tempo integral à sua agenda de pré-campanha.

Uma dose de ‘memoriol’

E ao sustentar que o senador do PP ‘precisa ao menos conhecer a periferia de Rio Branco para não incorrer no risco de errar o nome dos bairros’, o parlamentar esqueceu um pequeno detalhe: na Capital, nas eleições de 2014, Gladson obteve 111.771 votos para o Senado, percentual equivalente a 58% dos eleitores que foram às urnas.

O dobro

Caso fosse o senador um desconhecido dos moradores da periferia, como alega o parlamentar rio-branquense, não teria tido, na Capital, o dobro dos votos dados à oponente Perpétua Almeida (PCdoB).

Foi só o que faltou!

Não porque seja do Podemos que o vereador Railson tudo pode. Há que se ter, no mínimo, coerência no que diz em público. Dada, porém, a gravidade da patacoada que protagonizou, só lhe faltou sustentar que foi Marcus Alexandre quem nasceu em Cruzeiro do Sul – enquanto Gladson não passaria de um forasteiro oriundo do interior de São Paulo…

Antenados

A propósito do que tratamos ontem nesta coluna, o jornal Folha de S. Paulo publicou nesta terça uma reportagem sobre o percentual de gastos do Governo Federal com o funcionalismo público.

Onerosos

De acordo com dados do Banco Mundial, nos quais se baseou o jornal, os servidores (de todas as esferas de governo) custaram, até 2015 (último levantamento disponível) 13,1% do Produto Interno Bruto (PIB). Há uma década, esse percentual era de 11,6%.

Privilegiados

De acordo com o estudo, o que onera o orçamento não é exatamente a quantidade de servidores públicos, mas os altos salários que eles recebem – em média 70% mais elevados do que os pagos pela iniciativa privada formal.

Aumentos acima da inflação

A Folha diz ainda que, entre 2003 e 2010, o número de servidores aumentou, em média, 2% ao ano, ao passo que a remuneração cresceu 7% acima da inflação.

A peso de ouro

Os maiores beneficiados no setor público são servidores – com salários excepcionalmente altos – do Ministério Público Federal (média de R$ 205.000 por ano), do Poder Legislativo (R$ 216.000 por ano) e do Poder Judiciário (R$ 236.000 por ano), registra o relatório do Banco Mundial.

Polêmica

O tema que pautou os debates na Aleac na sessão desta terça foi o dado divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), segundo o qual o PIB do Acre aumentou 80% nos últimos 15 anos.

Equívocos de parte a parte

Os governistas sapatearam sobre a contrariedade dos membros da bancada de oposição, que desaprovaram os números do instituto. Nem estão certos os primeiros em sua pirotecnia, nem os últimos em se mostrarem melindrados.

Há que se refletir

Em primeiro lugar, como bem sabe o leitor, o PIB é a representação da soma (em valores monetários) do conjunto de bens e serviços finais produzidos por uma cidade, Estado ou país. Portanto, o mérito do crescimento do nosso Produto Interno Bruto cabe aos empreendedores, e não aos governos do PT – que nada produzem além de despesas em forma de mordomias concedidas aos aliados.

Considerações necessárias

O cálculo do PIB não considera o capital social ou humano, bem como não leva em conta o nível de eficiência das instituições, conforme ensina a Wikipedia. PIB per capita, por exemplo, não é uma medida de renda pessoal. Pra resumir, o aumento da produção de bens e da oferta de serviços no Estado não significa que a vida dos acreanos melhorou.

Cruzando os dados

O próprio IBGE revelou, no começo deste ano – com base nas informações da Pesquisa Nacional Por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) –, que o rendimento domiciliar mensal per capita no Acre é de R$ 761.

Ranking da renda familiar

Nesse quesito, o Acre aparece à frente de apenas quatro Estados, ficando abaixo, portanto, de outros 20 – incluindo o Distrito Federal.

O que sobrou e o que faltou

A celeuma criada em torno do dado divulgado pelo IBGE sobre o aumento do PIB acreano, portanto, foi uma conversa de bêbado pra delegado. Por parte dos governistas sobejou a satisfação de um mérito que não lhes pertence, enquanto à oposição faltaram as informações capazes de desmistificar a estupidez dos adversários.

Errata

A coluna de ontem informou, erroneamente, que o Governo do Estado de Mato Grosso do Sul teria comprado 314 viaturas policiais, em maio deste ano, ao preço de R$ 19,2 milhões. Erramos.

Correção

Na verdade, segundo dados do site Campo Grande News, os veículos foram arrematados por R$ 40,3 milhões. O valor citado pela coluna diz respeito à economia obtida na aquisição dos veículos já customizados, graças aos esforços da equipe econômica do governador Reinaldo Azambuja (PSDB).

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