16 de abril de 2024

Fernanda Torres cogita voltar às novelas após 32 anos: ‘Era muito imatura’

Há 32 anos, Fernanda Torres saiu do remake de “Selva de pedra”, arrasa-quarteirão de Janete Clair, com uma única certeza: jamais faria outra novela. Salvo uma participação em “As filhas da mãe”, ela manteve a promessa. Mas, depois de protagonizar os seriados “Os normais” e “Tapas e beijos”, já admite um reencontro com os folhetins: “Eu era muito imatura. Hoje, me sinto bem mais preparada para enfrentar a estiva e a responsabilidade de uma novela”, comenta ela, que também atuou em “Baila Comigo”, “Brilhante” e “Eu prometo”.

Fernanda pode ter se afastado desse universo, mas continua atenta ao que é produzido em matéria de teledramaturgia. E lista alguns de seus autores preferidos: “Adoro o Benedito Ruy Barbosa, sou fã das histórias dele, que misturam a questão social e as raízes profundas do Brasil. O Walcyr Carrasco está fazendo um baita de um folhetim na atual novela das nove; a Glória Perez sabe dosar temas e culturas como ninguém”.

Agora uma escritora experiente, com dois romances e um livro de crônicas publicados, Fernanda não economiza elogios ao trabalho dos dramaturgos: “É muito difícil manter tantas tramas paralelas caminhando juntas. É inacreditável a capacidade que um autor de novela tem de escrever quase uma hora de ficção por dia, com a trama no ar, mantendo os personagens coerentes, vivos. Eu não tenho ideia de como eles conseguem isso, é um feito impressionante, extenuante, é de uma responsabilidade inaudita, porque envolve um número enorme de profissionais que se dispõe a colocar o que eles imaginam de pé. Tenho um respeito e uma admiração imensa por esses autores”.

Fernanda admira o trabalho de autores como Benedito Ruy Barbosa e Walcyr Carrasco/Foto: Guito Moreto/Agência O Globo

Com Narjara Turetta e Susana Queiroz em sua primeira novela, ‘Baila comigo’, de 1981 Com Narjara Turetta e Susana Queiroz em sua primeira novela, ‘Baila comigo’, de 1981 Foto: Arquivo
Sucesso nas livrarias com “A glória e seu cortejo de horrores”, romance lançado no final de 2017, Fernanda usou a experiência de atriz para criar a trajetória de um ator nas últimas quatro décadas. O nome dele? Mario Cardoso, homônimo do galã de “O feijão e o sonho” e de “Escrava Isaura”, clássicos dos anos 1970. “Se eu tivesse me lembrado a tempo, talvez o meu Mario se chamasse Paulo. Muitos leitores têm achado que é uma biografia”, conta a autora: “É claro que me lembro dele, em especial em ‘A moreninha’, que vi criança”.

A atriz relembra alguns dos atores com os quais conviveu e que a ajudaram a criar o seu protagonista: “O Zanoni Ferrite, que morreu jovem, num desastre de carro, e que foi um grande parceiro dos meus pais; o José Wilker com quem fiz ‘Brilhante’, uma novela que cito no livro; o próprio Sérgio Britto, que é de uma geração anterior à do meu Mario, mas com quem fiz uma versão do ‘Rei Lear’ que serviu de inspiração para o primeiro capítulo”, enumera: “Muitos atores estão no Mario. Mas ele é ficção pura”, avisa.

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