RJ: Confrontos após morte de 3 na Cidade de Deus causa interdições e pânico

Três suspeitos morreram em confrontos nesta quarta-feira (31) com policiais militares na Cidade de Deus, Zona Oeste do Rio. Um deles era Rodolfo Pereira da Silva, conhecido como Rodolfinho, apontado como um dos chefes do tráfico de drogas na região. Em protesto, moradores colocaram barricadas na Linha Amarela, que desde as 11h sofre interdições intermitentes devido à operação para retirada dos bloqueios e trocas de tiros. A via chegou a ser fechada por três vezes e foi liberada por volta das 13h.

Homens armados na comunidade

Por volta das 14h, moradores relataram que parte do comércio na comunidade estava fechado. O Globocop flagrou homens armados circulando na comunidade.

Motoristas registram desespero em meio a tiroteio no Rio

Uma das imagens mais fortes do momento do tiroteio é a de uma mãe que deixou o carro onde estava e abraçou os dois filhos pequenos para protegê-los. Ela se sentou no asfalto e ficou encostada na mureta da via.

Os tiroteios causaram pânico ao longo da via. Alguns motoristas abandonaram os carros e saíram correndo. Um reboque teve que retirar os veículos da pista após a liberação. Outras pessoas se abaixaram na pista para se protegerem e alguns carros chegaram a voltar pela contramão.

O motorista Ricardo Melo, que voltava do aeroporto ficou no meio do fogo cruzado com a família na Linha Amarela. Ele relatou os momentos de pânico vividos no local.

“Eu vi um clarão, porque o meu carro era o primeiro, não tinha mais ninguém na minha frente, a Linha Amarela estava vazia. Você não sabe o que fazer. Tinham homens armados em cima de algumas umas casas. Você vê perfeitamente isso, muita polícia, o trânsito parado”.

Globocop flagra homens armados circulando na Cidade de Deus (Foto: Reprodução/TV Globo)

Vídeos postados em rede social mostram tiroteio no RJ

A Linha Amarela é uma das principais vias expressas do Rio de Janeiro e liga a Zona Oeste à Zona Norte do Rio e à Ilha do Governador, sem a necessidade de passar pelos bairros da Zona Sul.

Há uma semana, a Linha Amarela foi fechada à tarde devido a um tiroteio próximo à Rua Edgard Werneck. Na ocasião, policiais do Batalhão de Choque (BPChq), da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) e do 2º Comando de Policiamento de Área (CPA) realizavam operação na comunidade.

O fechamento, que durou cerca de uma hora, foi no mesmo dia da queda da passarela na Avenida Brasil o que provocou congestionamento de cerca de 100 quilômetros em toda a cidade.

Cronologia dos confrontos

O primeiro confronto com os criminosos ocorreu na localidade da Cidade de Deus conhecida como Apartamentos. Lá, o traficante Rodolfinho foi atingido e levado para a UPA da Cidade de Deus, mas não resistiu aos ferimentos.

O segundo confronto aconteceu quando policiais do 18º BPM faziam uma ronda na área conhecida como Outeiro. Três suspeitos foram encontrados pelos agentes no local, sendo dois deles feridos, encaminhados para o Hospital Lourenço Jorge, onde morreram.

Em represália à morte de Rodolfinho e moradores fizeram barricadas e motoristas chegaram a voltar na via pela contramão. A Linha Amarela teve o primeiro fechamento.

Os protestos continuaram. Perto de um valão, homens foram flagrados atirando objetos na via. Pneus e outros objetos também foram queimados. Fogos de artifício chegaram a ser atirados na pista.

O policiamento segue reforçado na região. Um veículo blindado foi visto circulando dentro da comunidade.

Autoridades comentam

Em evento sobre segurança no Centro do Rio, o secretário de segurança Roberto Sá lamentou o tiroteio.

“É lamentável, mas é uma imagem contra a qual a gente luta todos os dias, de formas que as instituições possam dar respostas para diminuir esse cenário”, disse Sá.

O ministro da Defesa, Raul Jungmann, que estava no Rio comentou, em entrevista à GloboNews, sobre o tiroteio na Cidade de Deus. “Vivemos tempos de desespero”, disse.

O secretário voltou a dizer que existe um planejamento para aumentar o combate ao crime, mas que a situação econômica do estado do Rio de Janeiro dificulta novas medidas. A criação de um fundo estadual de segurança pelo governador Pezão é, segundo Sá, uma esperança.

“Eu gostaria de ter acesso a esse recurso, que vai poder dar ao gestor um mínimo de previsibilidade. Eu estou com planejamento para aumentar a capilaridade e a presença ostensiva de todas as regiões, o combate ao roubo de carga além do ordinário”, disse Sá.

O projeto de combate ao roubo de cargas proposto por Sá foi mostrado no G1 e seria de aproximadamente R$ 330 milhões. Os recursos, no entanto, ainda não estão disponíveis para a pasta.

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