Com a terceirização, Tião Viana parece querer se livrar do problema das demissões no Pró-Saúde

Insuspeito

Tião Viana assumiu o governo do Acre em 2010 prometendo cuidar da saúde como nenhum dos seus antecessores fora capaz. E seu currículo emprestou à promessa um caráter insuspeito: médico infectologista, ele deveria saber do que estava falando. E foi em parte graças a isso que venceu a eleição contra Tião Bocalom.

Terceirização

Passados mais de sete anos – e reeleito o governador do PT –, eis que ele jogou a toalha, ao propor o que nenhum dos seus antecessores ousou fazer: terceirizar o setor de saúde do Estado, entregando a ‘organizações sociais’ a administração do Hospital de Urgência e Emergência de Rio Branco (Huerb) e de duas Upas na capital.

Admissão de incompetência

O gesto de Tião Viana precisa ser encarado como uma admissão de que seu governo é incapaz de continuar gerindo o setor, principalmente depois que o Ministério Público do Trabalho determinou a demissão dos servidores do Pró-Saúde, contratados, em sua maioria, de forma irregular durante o governo de Binho Marques (PT).

Colheita

No desdobramento que o episódio sofreu na Assembleia Legislativa, o petista perdeu um aliado que antes compunha a sua base de apoio na Aleac: o deputado Raimundinho da Saúde (Podemos). Por esses dias, o parlamentar revelou a um jornalista local não morrer de amores por Tião – muito pelo contrário. E tudo graças à sua luta para que o Estado não deixe à míngua os servidores do Pró-Saúde.

Dois coelhos com uma só cajadada

Com a terceirização, portanto, o governador do PT parece querer matar dois coelhos com uma só cajadada: livra-se dos transtornos administrativos e do desgaste decorrentes da gestão do Huerb e das Upas, e ainda se vê longe do problema de encontrar uma saída para os demitidos do Pró-Saúde.

Revés

Mas a os planos do petista podem sofrer um revés nos próximos dias, já que o Conselho Estadual de Saúde do Acre pediu ao secretário Gemil Junior a suspensão do edital de terceirização.

Faz sentido

Segundo o entendimento dos membros do conselho, a organização social escolhida poderá contratar novos servidores de acordo com sua dotação orçamentária anual. O que, em tese, lhe daria também o poder de dispensar aqueles que não gozam de estabilidade funcional.

Impasse

Os representantes da saúde negam possíveis demissões, bem como asseguraram ao ac24horas que o edital será mantido. O caso certamente deverá parar no Ministério Público do Estado.

Intimação 

Luciano Huck, Fausto Silva e as Organizações Globo foram intimados nesta quinta-feira, 1º, a prestar esclarecimentos ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre um programa de TV veiculado no dia 7 de janeiro, no qual Huck teria sido ‘promovido como pré-candidato à Presidência da República’.

Promoção

A denúncia – ora veja o leitor! – foi feita por parlamentares do PT. Eles alegam que Faustão promoveu o colega em seu programa dominical, em cadeia nacional, o que comprometeria ‘a isonomia do pleito que se aproxima’.

Medo?

O PT parece temer o ‘incrível Huck’. Os autores da petição ao TSE pedem que ele fique inelegível ou tenha negado seu pedido de registro de candidatura.

Dois pesos e duas medidas

Quanto a Lula, condenado em tribunal colegiado (mais exatamente no julgamento do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, no dia 28 de janeiro deste ano), a turma da boquinha quer atropelar a Lei Complementar 135, mais conhecida como Lei da Ficha Limpa, e manter Lula na disputa.

Pesquisa

Luciano Huck, que havia recuado em suas pretensões de concorrer à Presidência, voltou atrás, e tem conversado com o presidente da executiva nacional do PPS, Roberto Freire. Na última pesquisa feita pelo Datafolha, divulgada esta semana, o apresentador aparece empatado com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), com 8% das intenções de voto.

Candidatos a órfãos

Mas barrar a candidatura de Luciano Huck não é o maior dos desafios enfrentados pelos companheiros. Eles precisam pensar na hipótese cada vez mais provável de que Lula seja preso antes do pleito do outubro – o que os deixaria órfãos de candidato.

De bomba atômica a traque

Em relação a este assunto, o presidente do diretório estadual do PT do Rio, Washington Quaquá, mostra-se bem mais sensato que os seus colegas de partido. Quaquá falou ontem ao jornal O Estado de S. Paulo, afirmando que a sigla precisa de um ‘plano B’, sob o risco de transformar sua ‘bomba nuclear’ em um ‘artefato (eleitoralmente) inativo’.

Via de mão dupla

O enfrentamento dos petistas ao judiciário, aliás, tem pesado tanto quanto as intervenções daquele em ações do Executivo e do Legislativo nacional. Da mesma forma como o STF aguça o corporativismo dos deputados federais e senadores quando ‘ousa’ afastar um parlamentar de suas funções, a magistratura brasileira, incluindo os ministros do Supremo Tribunal Federal, também tende a fortalecer seus laços sempre que um dos seus membros é publicamente atacado, a exemplo do juiz Sérgio Moro.

Ponto final

Em suma, na guerra contra os tribunais, o PT vai continuar levando a pior.

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