Neurocientistas querem estudar os efeitos do Ayahuasca no cérebro do povo Huni Kuin

No último sábado (3), lideranças huni kui das cinco regiões do estado se reuniram com um grupo de neurocientistas que tem a intenção de desenvolver uma pesquisa pioneira na área da neurociência, para estudar os efeitos do nixi pae (Ayahuasca) no cérebro.

Os pesquisadores Eduardo Schemberg do Brasil e Tomas Palenicek da República Tcheca já trabalham ha alguns anos com estudos ligados aos efeitos da ‘ayahuasca’ no organismo dos indivíduos, mas desta vez sua intenção é tentar mapear as possíveis diferenças desses efeitos quando se trata de indígenas, durante rituais realizados nos moldes tradicionais.Para tanto, seria trazido do exterior um conjunto de equipamentos portáteis que seriam acoplados a cada participante.

Caso seja aprovada, a pesquisa deverá começar até o mês de maio deste ano/Foto: reprodução

O equipamento, de pequeno porte e de alta tecnologia ficam escondidos dentro de uma ‘touca’, e permitem mobilidade ao usuário, o que, segundo os pesquisadores, não interferiria nos movimentos e percepções do indivíduo.

Para isso, eles iniciaram as conversas com as lideranças, afim de explicar no que consiste a pesquisa e buscar interessados em participar voluntariamente do processo, que deverá envolver em torno de 18 pessoas. A pesquisa será realizada em parceria com a UFAC, cujo Comitê de Ética em Pesquisa deverá apreciar sua viabilidade.

Durante a reunião, os participantes puderam expor suas preocupações e dúvidas, bem como apresentar sugestões, e ficou acordado que o assunto será levado ao conhecimento em cada região para que seja debatido junto com a comunidade,para qeu eles decidam a possibilidade ou não do experimento ser realizado em uma Aldeia Huni Kui.

Caso seja aprovada, a pesquisa deverá começar até o mês de maio deste ano.Desta reunião preliminar, foram extraídos os seguintes encaminhamentos:

– Que seja realizado uma reunião mais ampla entre lideres Huni kui e instituições parceiras, como FUNAI, Universidade outras, a fim de que o procedimento esteja de acordo com o que preconiza a Convenção 169 da OIT;

– No caso da realização do experimento ser aprovada, que seja instituída uma comissão de líderes Huni kui para acompanhar todo processo antes durante e após a realização da pesquisa;

– As lideranças Huni kui presente na reunião, serão responsáveis de dialogar o projeto em suas regiões, afim de verificar a viabilidade ou não deste estudo;

– Caso seja aprovada a realização do estudo, os pesquisadores deverão se comprometer a realizar o devido retorno dos resultados do mesmo ao povo huni kui.

O contato inicial para esta pesquisa se deu através de Leopardo Sales. Antropólogo, radicado há 14 anos em São Paulo, mas ainda mantendo o forte vínculo com seu povo e seu lugar de origem, a Aldeia Lago Lindo no Jordão – AC, ele já se dispôs a fazer parte do grupo de voluntários desta pesquisa, e do mesmo modo foi apontado como um dos que deverá acompanhar o desenvolvimento da mesma caso seja aprovada a sua realização junto aos huni kui.

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