Petistas que votaram contra intervenção no Rio não querem Exército no Acre

REGISTRO

O presidente da Assembleia Legislativa do Acre, deputado Ney Amorim (PT), recebeu na última quinta-feira a visita do presidente da Câmara de Vereadores de Rio Branco, pastor Manoel Marcos, e do presidente da Câmara Municipal de Sena Madureira, Charmes Diniz.

ADMIRADOR

Charmes, que vem a ser primo do deputado Ghelen Diniz (Progressista), é um dos parlamentares do interior que certamente estarão com Ney Amorim na campanha ao Senado.

CONTRA TUDO E CONTRA TODOS

Os parlamentares federais petistas eleitos pelo Acre não querem o Exército patrulhando as ruas das cidades brasileiras no combate ao crime organizado. Tanto que, na última terça-feira (20), na Câmara e do Senado, eles votaram contra o decreto do presidente da República para a intervenção federal na segurança do Rio de Janeiro.

LÍNGUA SOLTA

Até mesmo o ex-presidente Lula, condenado a mais de 12 anos de cadeia pela 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), soltou o verbo contra a medida que colocará os milicos nas ruas cariocas.

MEDO DA OPINIÃO PÚBLICA

Após as derrotas acachapantes na Câmara e no Senado, os petistas se puseram a confabular sobre o desgaste que seu posicionamento pode trazer nas eleições deste ano. E resolveram adotar a “Carta do Acre” como contraponto às medidas do Planalto. Trata-se, como bem deve lembrar o leitor, de um documento assinado em outubro de 2017 por 23 governadores e por ministros de estado, cuja pretensão era servir como base para debater a Segurança Pública.

BATALHA PERDIDA

De fato, não há nada a ganhar postando-se contra a medida que levará o Exército para as ruas do Rio. É o que ensina uma enquete feita pelo jornal O Dia em versão online, que até ontem à noite contabilizava 21.434 votos – sendo 64% a favor da intervenção e 36% contra.

 

BRAVO!

Se a esquerda em geral – e o PT em particular – deplora o decreto do presidente Temer, a bandidagem carioca aplaude a iniciativa dos que não querem as Forças Armadas se imiscuindo em suas transações clandestinas.

RESUMO DA ÓPERA

Em suma, não bastasse o fato de que são os responsáveis diretos pelo aumento da violência nos últimos anos, seja pela política de espoliação dos recursos do estado, seja pela flagrante leniência com os criminosos, os petistas agora reclamam do remédio amargo receitado ao paciente.

SEM NOÇÃO

Logo após o concerto petista que estabeleceu como bengala a tal ‘Carta do Acre’, os companheiros do governo local trataram de investir na ideia de que ela é a salvação da lavoura. Autor da missiva e porta-voz das próprias justificativas para o que não consegue fazer frente à criminalidade, o governador Tião Viana recorreu ao Twitter para novamente choramingar contra o governo federal.

É CADA UMA!

Disse Tião Viana: “O Acre reage firme contra o crime, procura construir a paz e aponta a causa principal da violência: as fronteiras abertas para a entrada do narcotráfico. Responsável único: Governo Federal. Segunda causa: leis incoerentes geradoras da impunidade. Responsável: Congresso Nacional”. Como se pode ver, nada, absolutamente nada – nem mesmo a decisão de investir duas vezes mais em mídia do que na Polícia Militar do estado – lhe diz respeito.

TRISTE SINA

E enquanto o PT orquestra uma saída para seus próprios tropeços, com os olhos grudados no placar das eleições, e Tião Viana segue com a chorumela de que a culpa de tudo que se passa sob seus olhos é do governo federal, os acreanos de bem continuam a se trancar em casa e enterrar seus mortos…

DADOS ALARMANTES

Ainda sobre o assunto da intervenção no Rio de Janeiro, é preciso dar destaque às informações oficiais do 11º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, publicado no ano passado. Os dados são alarmantes.

SETE MORTOS POR HORA

A começar pelo crescimento do número de mortes violentas intencionais, que em 2016 apresentou crescimento de 4% em relação ao ano anterior: foram 61.283 assassinatos – ou sete pessoas mortas por hora no Brasil.

MEDALHA DE BRONZE

Em 2016, a outrora pacata Rio Branco se transformou na terceira capital mais violenta do país, com uma média 62,3 homicídios por 100 mil habitantes – atrás apenas de Aracaju e Belém, com respectivamente 66,7 e 64,9 mortes para cada grupo de cem mil pessoas.

MAIS VIOLENTO QUE O RIO

Outro dado interessante surge da comparação entre o Rio de Janeiro e o Acre quando o assunto são as vítimas fatais em ocorrências que envolveram homicídios dolosos. No Rio, a variação percentual dos assassinatos cometidos entre 2016 e 2017 foi de 19,4%. Já no Acre, 57,6%!

COBERTO DE RAZÃO

Disso se depreende que o deputado federal Alan Rick (DEM) estava coberto de razão ao afirmar, ante a reivindicação de uma intervenção federal também na segurança pública do Acre, que este é mais violento que o Rio de Janeiro.

PALPITE

Pra encerrar, um palpite da coluna sobre a resistência do PT em relação à intervenção federal no Rio, dividido em três premissas: 1ª) os militares nunca foram bem vistos pelos companheiros dada a sua eficaz atuação na década de 60 contra a implantação de um regime nos moldes comunistas no Brasil; 2ª) uma possível vitória do governo federal com a intervenção no Rio de Janeiro derruba por terra todo o ideário de esquerda sobre como combater a criminalidade; e 3ª) é mais conveniente que tudo esteja mal até as eleições de outubro, quando o partido pretende reapresentar ao eleitorado o Salvador da Pátria – caso Lula, claro, não esteja na cadeia.

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Petistas que votaram contra intervenção no Rio não querem Exército no Acre