Famílias de áreas alagadiças da capital sofrem com nova enchente do rio Acre

catástrofe

Os transtornos e problemas causados pela enchente do rio Acre em Rio Branco são visíveis: vários bairros já foram atingidos, e até o momento, mais de 2000 pessoas desabrigadas estão sendo levadas ao abrigo no Parque de Exposição e a casas de parentes.

De acordo com dados da Prefeitura de Rio Branco, se encontram no abrigo municipal 500 famílias, ou aproximadamente 1.750 pessoas. Na medição das 9 horas desta quarta-feira (25), o rio Acre apresentou a marcação de 15,98 metros em seu nível.

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Os moradores dos bairros Aírton Sena, Palheiral, Seis de Agosto, Cidade Nova, Base, Baixada da Habitasa e Taquari, entre outros, estão sendo retirados pelas equipes do Exército Brasileiro, Corpo de Bombeiros e da Prefeitura de Rio Branco.

A subida repentina das águas pegou praticamente a todos de surpresa; muitas famílias já esperam o apoio das equipes, com os móveis na calçada de casa. Outras pessoas retiram os principais pertences para não correrem o risco de tê-los danificados.

No bairro Cidade Nova, as águas atingiram mais de dez ruas até às 9 horas dessa quarta-feira; muitos moradores levavam seus pertences para casas de familiares.

Na Seis de Agosto, mais de 50% dos terrenos já foram afetados. Igualmente, a Baixada da Habitasa foi um dos primeiros bairros a terem pessoas atingidas e levadas para o Parque de Exposições.

Outros bairros afetados estão sendo monitorados por equipes do Corpo de Bombeiros e Exército Brasileiro. No bairro Taquari, a população espera no meio-fio a ajuda dos órgãos para a retirada de seus objetos.

A moradora Arlede Dias dos Santos disse que solicitou o apoio para a retirada de colchões e outros objetos, mas até às 11 horas da manhã de terça-feira, as equipes ainda não tinham chegado.

“A água já chegou debaixo da casa e o quintal está totalmente inundado. Tenho minha filha pequena e mais um casal, e preciso sair daqui. A água também está chegando pela rua, então, quero sair daqui logo para o Parque de Exposição, enquanto esta situação não acaba”, disse Arlede.

O trabalhador José Silvado da Silva, que está com a esposa grávida, esperava pelo apoio e retirada seus móveis que, segundo ele, estão levantados em sua residência.

“É uma situação sofrida e preocupante porque temos nossos objetos que conquistamos com muito suor e trabalho. Quando vem a cheia, se não providenciarmos logo a retirada, vai se acabar. Isso é que nos deixa tristes, e de certa, forma aflitos”, destacou Silvado.

Segundo informações do Corpo de Bombeiros, toda a cidade está sendo monitorada, assim como a elevação do nível do rio Acre. As autoridades estão preocupadas com o volume de água que está chegando de Brasiléia, Xapuri e Capixaba, que pode dar origem à maior enchente vista pela população acreana da capital.

O prefeito de Rio Branco, Marcus Alexandre, disse que todas as medidas e apoio estão sendo empregados, e que tem contado com o governo do Estado, que colocou as equipes à disposição do município.

“Estamos fazendo o possível para atender a população atingida e estamos em parceria com o governador Tião Viana, que vem ajudando na disposição de toda uma estrutura necessária para auxiliar a população”, disse Alexandre.

Abrigo no Parque de Exposição Marechal Castelo Branco

O abrigo oferecido às famílias atingidas pela enchente, que não têm para onde ir, fica no Parque de Exposição, que conta neste momento com quase 1.750 pessoas e 500 famílias.

No abrigo, estão sendo disponibilizados banheiros masculino e femininos separados, uma área de lavagem de roupas e louças, além de uma bebedouro com água tratada. No parque, as famílias são constantemente monitoradas e os boxes onde elas estão alojadas são divididos por bairros.

Alguns dos galpões do parque estão sendo usados para guardar os móveis das famílias, antes de serem acondicionados no local, eles são registrados e cobertos com lonas para não haver perigo de danificar.

Ao chegar ao Parque de Exposição, as famílias são cadastradas e levadas para os boxes, juntamente com seus colchões e objetos de primeira necessidade. Os profissionais da Secretaria de Ação Social pegam informações relacionadas à saúde e cuidados especiais que algumas pessoas das famílias abrigadas necessitam.

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