Após manter a mesma cota por dois dias seguidos,16,94 metros, o Rio Madeira recuou e registrou 16,92 metros nesta quarta-feira (18), segundo a Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM). A média histórica para a data é 15,07 metros e, em 2014, quando aconteceu a cheia histórica, no mesmo dia, as águas atingiram 19,17 metros. Conforme a CPRM, o baixo volume de chuvas na cabeceira dos rios Beni e Mamoré, na Bolívia, na semana passada, ocasionou a redução no nível do Madeira nos últimos dias.
No último sábado (14), o rio teve o maior registro deste ano, com 17,04 metros, mas o nível começou a baixar depois do pico. Ainda assim, a companhia espera que o Madeira volte a subir de forma gradativa e constante a partir da próxima semana e se mantenha acima dos 17 metros até o início de abril, quando acaba o período de chuvas na região amazônica. “Estão previstas chuvas nas cabeceiras dos rios Beni e Mamoré esta semana e isso terá reflexos no Madeira em cerca de sete dias”, explica Franco Buffon, engenheiro hidrólogo da CPRM.
Mesmo com a previsão de elevação da cota, como o rio tem se mantido cerca de dois metros abaixo dos níveis registrados no ano passado, a CPRM afirma que a probabilidade de uma enchente igual ou em maior proporção que em 2014 é remota para este ano. A marca máxima registrada no ano passado foi de 19,74 metros.
A Secretaria Municipal de Programas Especiais e Defesa Civil (Sempedec) de Porto Velho afirma estar preparada para uma possível situação de emergência, se houver a subida do nível das águas. “Se o rio subir 30 centímetros, pode ocasionar em muitas famílias desabrigadas, mas estamos prontos para levá-las aos abrigos montados”, garante o secretário-adjunto da pasta, José Pimentel.
Na capital, os bairros Triângulo, Balsa, São Sebastião, Baixa União, Belmont e Milagres estão parcialmente alagados. Outros pontos do Centro também estão sendo inundados pela água do Madeira.
Atingidos
Segundo a Sempedec, cerca de 20 mil pessoas podem ficar desabrigadas com a cheia do Rio Madeira, em Porto Velho, este ano. Isso porque, existem aproximadamente 4 mil famílias vivendo em áreas de risco nas regiões central e rural da capital.
Cheia histórica
A marca histórica do Rio Madeira até o momento é de 19,74 metros, registrada em 2014. A cheia do ano passado atingiu principalmente os municípios de Porto Velho, Nova Mamoré e Guajará-Mirim. Cerca de 97 mil pessoas foram afetadas pela enchente, sendo que 35 mil ficaram desabrigadas ou desalojadas.
Os custos para a recuperação total dos locais afetados foram estimados em R$ 4,2 bilhões, e o tempo necessário foi calculado em 10 anos.