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Cheia do Madeira pode deixar cerca de 20 mil pessoas desabrigadas, em Rondônia

Por G1

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Cerca de 20 mil pessoas podem ficar desabrigadas com a cheia do Rio Madeira, em Porto Velho, este ano. Isso porque, segundo a Secretaria Municipal de Programas Especiais e Defesa Civil (Sempedec), existem aproximadamente 4 mil famílias vivendo em áreas de risco nas regiões central e rural da capital. De acordo com a Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM), o nível do Madeira atingiu nesta segunda-feira (16) 16,94 metros. A média histórica do dia é de 14,99 metros.

“Toda a margem do Madeira é área de risco, começando do bairro Candelária, Baixo União, Cai N’Água, Balsa, Nacional, São Sebastião I e II e o Panaí. Essas são as áreas mais afetadas”, explicou o secretário-adjunto da Sempedec, coronel José Pimentel.

Até agora, 170 famílias da região central de Porto Velho já tiveram que deixar as casas e ir para a residência de parentes. Os bairros Triângulo, Balsa, São Sebastião, Baixa União, Belmont e Milagres estão parcialmente alagados. Outros pontos do Centro da capital também estão sendo inundados pela água do Madeira.

Nas demais localidades da região do Baixo Madeira, do outro lado do rio, 125 famílias estão desabrigadas e foram alocadas em um abrigo provisório montado com barracas, onde estão recebendo água potável e cestas básicas.

Existem também 140 famílias que vivem no Beco do Birro e do Baixo União, no Bairro Nacional, que correm o risco de ficar desabrigadas e seriam levadas para um abrigo montado na Escola Municipal Ermelindo M. Brasil, localizada em um conjunto habitacional após a ponte da BR-319. Mas os moradores desistiram de deixar os imóveis com a esperança de que o nível da água reduza.

De acordo com Pimentel, como o processo da cota do rio é crescente, a Defesa Civil trabalha com a possibilidade de mais desabrigados e desalojados até o início de abril. “Hoje, a cada 20 centímetros de cota que cresce no rio, pode chegar a mais de um metro fora do rio”, informou, alertando que, caso o Madeira continue subindo, aproximadamente 20 mil pessoas podem ser afetadas.

Com o transbordamento, a Defesa Civil já deu início à retirada das famílias das áreas de risco. “A cota do rio já sinaliza áreas de inundação. Em função disso, estamos começando a organizar a retirada das famílias ativando os abrigos de igreja e de escolas desativadas. Há também a pretensão de avaliarmos a condição de prédios públicos que estejam em condições de poder abrigar”, disse o secretário-adjunto.

A Sempedec, com o apoio da Secretaria Estadual de Assistência Social (Seas), está realizando um processo de triagem para verificar quais famílias estão recebendo auxílio social. “Quem recebe o subsídio terá que ir para o aluguel porque não foram autorizados a voltar e terão que aguardar que em pelo menos 2 meses os empreendimentos destinados a essas pessoas fiquem prontos”, esclarece Pimentel.

Outras ações que estão sendo feitas pela pasta, paralelas à retirada das famílias, são a arrecadação de alimentos não perecíveis, em parceria com a Fundação Cultural (Funcultural), e o transporte de água potável para a região do Baixo Madeira, por meio de um barco, e do Alto Madeira, por meio de caminhão.

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Em 2014, porto Cai N’Água, na capital, foi coberto pela água do Rio Madeira (Foto: Decom/Divulgação)

Cheia histórica

A marca histórica do Rio Madeira até o momento é de 19,74 metros, registrada em 2014. A cheia do ano passado atingiu principalmente os municípios de Porto Velho, Nova Mamoré e Guajará-Mirim. Cerca de 97 mil pessoas foram afetadas pela enchente, sendo que 35 mil ficaram desabrigadas ou desalojadas.

Os custos para a recuperação total dos locais afetados foram estimados em R$ 4,2 bilhões, e o tempo necessário foi calculado em 10 anos.

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