Centro de Tratamento especializado, profissionais capacitados e maior atenção às famílias com filhos autistas foram as reivindicações feitas pela Associação dos Amigos e Pais de Autistas durante audiência com o senador Gladson Cameli (PP-AC), em seu escritório político, na sexta-feira pela manhã, em Rio Branco.
Cameli ouviu com atenção todas as reivindicações apresentadas pelos representantes dos filhos autistas e se emocionou com o depoimento dos pais. Roberto Craveiro, que preside a associação, afirmou que um dos maiores problemas é a não aplicação na íntegra da Lei Berenice Piana, como é conhecida a Lei da Política Nacional de Proteção dos Direitos Autistas (Lei 12.764/2012).
“Precisamos de um espaço que ofereça atendimento multiprofissional para que o tratamento dos nossos filhos avance. Na prática isso nunca existiu no Acre,” acrescentou Craveiro.
Com apoio do Governo do Estado dois neurocirurgiões vêm a Rio Branco quinzenalmente para o acompanhamento dos portadores da síndrome. Em todo o estado são mais de 700 vítimas. Embora esse atendimento seja visto como uma conquista, a associação alega que não é o ideal.
“A falta de um acompanhamento individualizado – já que o autismo é uma síndrome que apresenta vários espectros e varia de pessoa para pessoa – a falta de terapia, são fatores que acabam frustrando as famílias”, avaliou Craveiro.
A inclusão dos portadores dessa síndrome na escola é outra batalha enfrentada pelos pais em Rio Branco. Faltam profissionais qualificados para o acompanhamento dos autistas nas escolas. Para o senador é preciso a união de todas as autoridades acreanas para diminuir o sofrimento das famílias.
“A aplicação da lei depende da União, dos estados e dos municípios. Precisamos em primeiro lugar nos sensibilizarmos com essa causa, esse é um passo importante para a busca de soluções que torne o dia dos autistas menos doloroso”, destacou o senador.
Cameli disse que buscará meios para destinar emendas para a construção de uma Clínica-Escola no estado, e buscará a informações mais detalhadas com sua equipe técnica sobre os procedimentos adequados para o caso. Ele pretende ainda somar forças com a Prefeitura de Rio Branco, através das Secretarias de Saúde e Educação. O progressista defendeu ainda uma integração entre especialistas, professores e a família.
“Além da estrutura necessária para o atendimento aos portadores da síndrome, os professores precisam de ajuda que pode ser estimulada através da criação de grupos, com a participação direta das famílias,” acrescentou o senador.
A associação vai buscar contrapartida no município de Rio Branco. Uma reunião será agendada pela entidade com os secretários de Saúde, Educação e Assistência Social, e o prefeito Marcus Alexandre.