coletiva
O governo do Acre afirmou em entrevista coletiva na manhã desta quarta-feira (20) não acreditar em pressões politicas por parte da prefeitura de São Paulo para o Ministério da Justiça suspender o transporte dos haitianos de Rio Branco para a capital paulista. Na terça, a prefeitura emitiu nota criticando o envio dos imigrantes para a cidade sem o aviso prévio.
A gestão de Fernando Haddad (PT) reclamava que a chegada de quase 1.000 imigrantes comprometeria a rede de assistência social do município. “Sem notificação e prazo para planejamento e mobilização, nem por parte do governo do Acre nem por parte do governo federal, nossa cidade terá dificuldades para receber em nossa rede assistencial essa quantidade de pessoas”, diz a nota.
Para o porta-voz do Palácio Rio Branco, Leonildo Rosas, não havia motivos para o governo fazer o comunicado antecipado, já que a opção por São Paulo é dos dos migrantes. “A prefeitura de SP tem seus posicionamentos, assim como o governo do Acre. Esse é um fórum a ser debatido entre os entes federados, eu não acredito em pressão porque o governo federal não aceitaria pressão de uma prefeitura”, afirma Rosas.
De acordo com ele, a suspenção do envio dos haitianos é apenas temporária, até que um acordo seja feito entre o governo do Acre, a prefeitura paulistana e o governo federal. Rosas voltou a reiterar que o Estado não tem mais condições de gerenciar o abrigo em Rio Branco. O governador Tião Viana está em Brasília onde nesta quinta (21) terá reunião na Casa Civil da Presidência para tratar do problema.
Enquanto o transporte é suspenso, mais grupos de imigrantes continuam a desembarcar. De terça para quarta outros 220 haitianos chegaram ao Acre. Das viagens feitas desde a última quinta (14), o Acre já conseguiu enviar para SP 440 pessoas.
