19 de abril de 2024

Construção de ponte sobre o Rio Madeira não significa o fim da cobrança de pedágio

Pedágio

O multimilionário Roberto Dorner, agropecuarista, empresário da comunicação, ex-deputado federal e explorador, por 30 anos, da travessia na confluência dos rios Madeira e Abunã, não ficaria de “mãos abanando” após a construção da ponte que ligará Acre e Rondônia.  Os acordos entre políticos dos dois estados com a Amazônia Navegações e Rodonave Navegações, de sua propriedade, é um mistério a ser desvendado.

Pedágio

O multimilionário Roberto Dorner, agropecuarista, empresário da comunicação, ex-deputado federal e explorador, por 30 anos, da travessia na confluência dos rios Madeira e Abunã, não ficaria de “mãos abanando” após a construção da ponte que ligará Acre e Rondônia.  Os acordos entre políticos dos dois estados com a Amazônia Navegações e Rodonave Navegações, de sua propriedade, é um mistério a ser desvendado.

pontemadeira

Outros filões

A empresa não apenas cobra alto pela travessia, em balsas, como constrói suas próprias embarcações, todas operando em negócios similares nos rios Xingu e Tapajós. Dorner, ex-presidente do Sindicato Marítimo de Rondônia, e segundo vice-presidente da Associação dos Criadores do Norte do Mato Grosso, prepara-se para cobrar pedágio terrestre, em acesso estratégico, antes da chegada à ponte, ainda em terras rondonienses. Seria o quinto pedágio no trecho Goiás-Acre, na BR-364, sendo que os demais estão em fase de conclusão das obras.

O negócio é comentado pelos moradores do Distrito do Abunã e pelos próprios funcionários da Rodonaves, que temem perder seus empregos. Eles admitem haver “muita conversa” sobre o assunto, que é tratado apenas por “gente de confiança do homem”

Desabafo do empresário

O empresário Rodrigo Grenner, que faz o percurso duas vezes por semana, tratou o possível pedágio como “uma sem-vergonhice”. Para ele, até seria justo fazer o desembolso, desde que a malha viária entre Rio Branco e Porto Velho garantisse uma viagem segura. “Não se vê acostamento. O DNIT não consegue vencer a buraqueira. O asfalto empregado em obras paliativas tem vida curta demais. Se esse pedágio vier, será para chamar o povo de otário mesmo”, disse.

A lei

Dorner necessitaria de uma autorização especial da União para cobrar pela passagem de veículos em rodovia federal. Esta permissão, no entanto, não é citada no projeto de construção da ponte. “Dsse assunto é novo pra mim, muito embora o pedágio não precise, necessariamente, estar na lei”, comentou o advogado Ednei Muniz.

Rodonaves

A sede da Rodonave Navegações funciona em um sobrado no bairro de São Sebastião, em Porto Velho. Os funcionários não recebem a imprensa. “Não é possível que vão deixar de ganhar essa bolada assim, do nada”, desconfiou o caminhoneiro Laerte Santana. Procurado na cidade de Sinop (MT), a assessoria do empresário disse que ele não iria se manifestar.

Trabalhadores inseguros

Se, para alguns, a construção da ponte vai agilizar a chegada de mercadorias e serviços ao Acre, para outros a perspectiva é incerta. É o caso de Luís Carlos Araújo, piloto da balsa e morador de uma pequena vila construída à beira do rio para os funcionários de Dorner. Ele vai e vem de uma margem a outra do Madeira desde 1998 e ainda não sabe o que vai fazer quando a ponte ficar pronta. “Acho que vou voltar para o Pará”, diz.

Senador se pronuncia

O senador Gladson Cameli, em missão oficial no Japão e, ao ser informado sobre o assunto, emitiu a seguinte nota:

– Não há informações oficiais sobre a possibilidade de cobrança de pedágio na ponte sobre o rio Madeira.. Buscarei explicações junto ao Ministério dos Transportes. O meu posicionamento será sempre a favor do que for melhor para a população, que é de fato a prioridade de meu mandato Uma das maiores prioridades da população acreana atualmente é que essa ponte saia do papel. Em conversa com a diretoria do Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte (DNIT) em Brasília, juntamente com os deputados federais César Messias (PSB) e Raimundo Angelim (PT), recebemos a garantia de que a obra será entregue dentro do prazo previsto, e quanto a qualquer outro assunto relacionado a ponte sobre o rio Madeira, estarei às ordens para buscar informações oficiais e cobrar resultados por parte dos órgãos responsáveis, consciente de que este é um dos compromissos que tenho com o meu estado e todo país.

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