20 de abril de 2024

‘Delirium’ pode dobrar risco de morte, diz estudo

uticonfusão mental em UTI

utiPessoas internadas em UTIs estão sujeitas a um quadro caracterizado por confusão mental, dificuldade de raciocínio, agitação, comportamento agressivo e alucinações. Essa síndrome é o delirium que, apesar de comum, ainda é muito pouco conhecida até mesmo pelas equipes de hospitais.

 Agora, uma revisão de estudos conduzida por pesquisadores brasileiros do Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino (IDOR), em parceria com a Universidade Johns Hopkins, dos Estados Unidos, concluiu que o problema afeta 31,8% dos pacientes de UTI. O mais grave é que a ocorrência de delirium mais do que dobra o risco de morte no período da internação. Segundo o estudo, pacientes que tiveram delirium apresentaram um índice de mortalidade 2,19 vezes maior.

Além disso, segundo o médico Jorge Salluh, pesquisador do IDOR e um dos autores do estudo, os dados mostram que a ocorrência de delirium está associada ao desenvolvimento de alterações cognitivas mais permanentes. “Muitos recuperaram as funções cognitivas em alguns meses. Houve outro grupo que, três anos depois, não tinha voltado ao estágio original. Para os que já têm alto risco para demência, a ocorrência de delirium pode acelerar o processo”, diz.

A pesquisa, que foi publicada pela revista British Medical Journal (BMJ) nesta semana, serve de alerta para a necessidade de as equipes de saúde se prepararem melhor para lidar com o problema, que tem medidas preventivas fáceis de serem aplicadas.

 

Família viveu drama de delirium não diagnosticado
O problema acometeu o aposentado Washinton Augusto da Cruz em 2011, enquanto ele se recuperava de uma cirurgia grande de quadril na UTI de um hospital paulista. Para a família, foi um pesadelo, já que, segundo os parentes, a equipe de saúde não conseguiu diagnosticá-lo corretamente e não soube tomar as medidas mais adequadas.

Uma das filhas de Washinton, Catia Aguilhar, conta que o pai sempre teve um histórico saudável. Por causa de uma artrose no quadril, teve indicação cirúrgica. Quando acordou da anestesia, estava alterado. “Ele voltou da UTI totalmente agitado, inquieto, sem falar coisa com coisa. Tinha alucinações, interagia com coisas que só ele via, falava alto, ficou extremamente agitado. Às vezes, os enfermeiros o amarravam à cama”, conta.

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