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O funcionário aposentado da Embrapa, Ivan Portela, 66 anos, foi morto por asfixia em sua casa, no bairro Vila Ivonete, na madrugada deste domingo (5), durante assalto. O crime ocorreu por volta de 4 horas, e a porta da residência não foi forçada.
“É possível que a entrada dos bandidos tenha sido permitida”, informou o assessor de imprensa da Polícia Civil, jornalista Pedro Paulo.
O aposentado foi encontrado com as mãos amarradas e amordaçado sobre a sua cama. Ele era irmão do ex-secretário de Indústria e Comércio do Acre, Ivonaldo Portela da Costa, um dos principais assessores do governo Joaquim Falcão Macedo, no início da década de 1980.
A polícia apurou que cinco homens estavam na cena do crime, segundo imagens de uma câmera de segurança. Dois deles foram reconhecidos e presos horas após o crime. Os bandidos usaram o veículo de Ivan Portela para transportar duas TV´s, mas não conseguiram levar outros ítens da mobília porque não havia gasolina suficiente para a fuga.
Parte dos objetos pessoais, como cartões e celulares, que estavam na casa, foram levados pela quadrilha, mas já foram recuperados pela polícia. Ivan Portela era viúvo de uma das vítimas do acidente com o avião da Rico Linhas Aéreas, ocorrido em 2002, quando 31 pessoas morreram. Ele morava com o filho de 17 anos.
Elkar Portela, sobrinha da vítima e miss Acre em 2009, conta que um sobrinho de Ivan foi para casa da namorada e, ao retornar da balada, já de madrugada, avistou as portas da casa do tio abertas e o carro fora da garagem.
“Ali próximo mora a ex-cunhada do Ivan. Meu primo foi chamá-la, mas ela se sentiu insegura em entrar na casa após chamar por ele sem obter respostas. Telefonaram para outros parentes. Quando entraram no quarto viram aquela cena horrível”, conta.
Elkar não entende como os criminosos tiveram acesso ao interior da residência. Ela acredita que o portão pode ter sido deixado aberto por descuido. Ela lamenta a perda e conta que o tio era uma pessoa alegre.
“Meu tio era a alegria da família. Com ele tudo era festa. Sempre foi antenado no mundo da música, tinha LPs de todos os gêneros. Mas seu forte era MPB. Tinha uma voz alta e um jeito brincalhão que cativava a todos. E tinha um jeito carinhoso de me tratar desde quando eu era criança. Ele me chamava de “maninha”. Era ele que sempre comandava o som. E se você gostava de uma música, mostrava a tal música em todos as versões”, disse Elkar.
“Que mundo cruel. Seres humanos irracionais”, escreveu em sua página no Facebook a turismóloga Irleide Portela da Costa, sobrinha da vítima. A família, bastante tradicional no Acre, recebe condolências por meio das redes sociais.
O delegado Nilton Boscaro coordena as diligências policiais. O velório será na Capela Bom Jesus, a partir das 16 horas deste domingo.
