Infectologista propõe 3ª dose da vacina para conter caxumba

2015-832218480-caxumba-1.jpg 20150711Vacinação

2015-832218480-caxumba-1.jpg 20150711Diante de uma possível redução da proteção vacinal ao longo dos anos, investigada pela Secretaria estadual de Saúde, o infectologista Edimilson Migowski, da UFRJ, propõe a inclusão de uma terceira dose da tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) para adolescentes (de 10 a 19 anos, faixa etária com mais casos de caxumba no estado) no calendário oficial.

O Ministério da Saúde foi procurado por que precisaria aprovar a medida, mas não se pronunciou. Este ano, já houve 606 registros de caxumba no estado do Rio. Em 2014, foram 561 casos.

— O problema é que não se produz essas vacinas de um dia para o outro. Há questões de logística e distribuição — explicou Migowski.

Após a morte de uma aluna de 14 anos do Colégio pH da Barra por encefalite — um exame, no entanto, descartou que ela tivesse o vírus da caxumba —, outro aluno do colégio deu entrada quinta-feira no Rio D’Or, em Jacarepaguá, com quadro de meningite viral. Segundo a instituição, ele já teve alta.

Encefalite e meningite são complicações da caxumba. Na sexta-feira, Emily Vitória, de 10 anos, aluna da rede municipal e moradora de Senador Camará, teve a doença diagnosticada. A mãe, Valéria Cristina dos Santos, de 46 anos, disse que a criança, adotada há dois meses, está com a vacinação atrasada.

INVESTIGAÇÃO DAS CAUSAS TAMBÉM É FUNDAMENTAL
O infectologista Edimilson Migowski explica que é preciso saber se os adolescentes com caxumba no Rio se infectaram porque não receberam as duas doses da vacina ou se houve falha vacinal que pode ser primária (o paciente recebe a vacina, mas não fica protegido) ou secundária (a proteção dada pela vacina se enfraquece com o passar dos anos).

Para a médica Isabella Ballalai, presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (Sbim), boa parte dos adolescentes e adultos não estão adequadamente protegidos contra a caxumba porque não tomou a segunda dose da vacina.

Ela observa que o SUS começou a oferecer a tríplice viral em 1998, em dose única, e só a partir de 2002 ela passou a ser ministrada em duas doses. Isabella também ressalta que nenhuma vacina é 100% eficaz. De acordo com ela, no caso da tríplice viral, entre 3% e 5% das pessoas vacinadas não estão imunes.

— Deve haver hoje muitos adolescentes que tomaram apenas uma dose da vacina quando criança — observou a médica.

Segundo Isabella, hoje deve acontecer uma reunião da Comissão Técnica Assessora em Imunização do estado do Rio. Também está em andamento na Subsecretaria de Vigilância em Saúde uma análise detalhada de cada caso notificado como suspeita de caxumba no estado.

A investigação é feita em conjunto com o Ministério da Saúde. Conforme o subsecretário de Vigilância em Saúde, Alexandre Chieppe, o trabalho deve ser concluído em 60 dias. Sobre uma possível terceira dose da vacina, a Subsecretaria estadual de Vigilância em Saúde informou que a medida depende do Ministério da Saúde. A Secretaria municipal de Saúde deu a mesma explicação.

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Infectologista propõe 3ª dose da vacina para conter caxumba