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Cerca de 1,5 MIL famílias querem o cumprimento de uma lei municipal, aprovada e sancionada em 2011, que autoriza as comunidade de bairros a intervirem em deliberações da prefeitura de Rio Branco. A lei, pouco usual na capital acreana, vem sendo invocada por representantes dos conjuntos habitacionais Ruy Lino I, II e III, Joafra I e II, Mocinha Magalhães e Jardim Brasil.

A razão da iniciativa popular é o local onde prefeitura de Rio Branco pretende construir um hospital de porte médio, destinado a atender a demanda crescente da região que abrange os três bairros e desafogar a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do conjunto Tucumã.

Cada bairro tem sua unidade, que funciona como módulo da Saúde da Família. Porém, segundo estudos da própria Secretaria Municipal de Saúde, os módulos estão incapazes de atender todos os pacientes, obrigando as famílias de um bairro a se deslocarem para outro em busca de assistência médica.

“As coisas começaram errado quando o Centro de Saúde do Ruy Lino foi demolido e transferido para uma casa alugada sem que os moradores fossem ouvidos, no ano passado”, afirma o presidente da Associação dos Moradores do Rui Lino,  Jesus Cavalcante. O Município, responsável pela unidade, não mandou representante na reunião ocorrida na manhã desta quinta-feira (2) para tratar da questão.

O médico Luis Fernando Gomez, especialista em Saúde da Família, em entrevista gravada à ContilNet, disse que o então candidato a prefeito Marcus Alexandre, a três meses para o dia da eleição, prometera modernizar o módulo que funcionava na rua principal do conjunto Ruy Lino.

Naquela época, a modesta instalação já recebia demandas dos bairros próximos. Gomez defende a residência médica, que funciona no módulo, e critica a desfasagem no quadro de agentes comunitários de saúde.

“Ficamos animados com a promessa de melhorias, por que convivíamos com ratos e cobras. A estrutura não era adequada para exercermos as atividades”, revela o médico.

Gomez deu uma declaração contrária ao conceito defendido pelo governo do Acre: “Acredito que a superlotação não será amenizada. As famílias precisam ser atendidas nas comunidades onde moram. O efeito positivo na prestação da saúde pública é muito maior, sobretudo na questão preventiva. Passaram as eleições e nada, nada, nada, nada. A cada chuva, alagava tudo. O espaço era pequeno demais. O nosso serviço de saúde é como um ensino, que não pode ser interrompido. Nós não podemos perder o gosto pela profissão e o link com a comunidade. O foco da medicina legal é a qualidade”.

Apesar de estarem em greve por reajuste salarial e por melhores condições de trabalho, enfermeiros, técnicos e auxiliares foram atenciosos com os representantes da sociedade civil. Os profissionais em saúde explicaram os conceitos e a importância da saúde preventiva. Eles estão apoiando a composição de um conselho local de saúde.

Os membros do grupo terão, segundo a lei, direito a opinar sobre a obra. A comunidade não foi comunicada oficialmente sobre a construção do hospital, também chamado de Unidade Básica de Saúde. “Queremos que o Conselho Municipal de Saúde nos escute. Não será uma decisão inteligente tirar a unidade de saúde de perto das famílias”, finalizou o médico.

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