Se, no Acre, os professores da rede pública estadual em greve há mais de 50 dias sofrem todo tipo de intimidação por parte do governo Tião Viana (PT) para encerrar o movimento, o mesmo comportamento não é observado na paralisação dos professores das universidades federais. Pelo menos desde que o Partido dos Trabalhadores (PT) chegou ao Planalto, em 2003, os docentes não tiveram seus pontos cortados, como agora decide fazer o mesmo PT, mas no Acre.
Desde o governo Luiz Inácio Lula da Silva, as universidades federais estiveram em greve quatro vezes; duas em sua gestão e outras duas com Dilma Rousseff. Parte delas com dias parados de perder de vista. Em 2012, por exemplo, foram 100 dias de greve. Nem por isso o governo cortou os vencimentos dos docentes. O caso mais recente de corte aconteceu no fim do governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
Em 2000, o tucano autorizou que os salários dos professores paralisados fossem descontados conforme os dias parados. Alguns reitores se negaram a cumprir a ordem, entre eles o então reitor da Universidade Federal do Acre (Ufac), Jonas Filho.
Para o professor João Lima, vice-presidente da Associação dos Docentes da Ufac (Adufac), a prática de corte de pontos é comum em todos os governos, independente dos partidos no governo.
“Para defender os interesses do capital os governos sempre atuam para prejudicar o trabalhador, e o corte de ponto acontece desde os governos do PSDB no Paraná e em São Paulo, quanto do PT no Acre”, conclui Lima.