18 de abril de 2024

MPE ouve comunidades de Tarauacá e Cruzeiro do Sul em audiências públicas

MP ouve moradores do interior

MP ouve moradores do interior

O Ministério Público do Estado do Acre (MPAC) realizou, nos dias 14 e 18 de agosto, audiências públicas nos municípios de Tarauacá e Cruzeiro do Sul, respectivamente. A intenção é identificar e coletar a percepção da população sobre pontos fortes, fragilidades, demandas, além de críticas e sugestões que devem nortear o planejamento estratégico 2016-2021 do MP Estadual.

Em Tarauacá, com uma semana de antecedência, a equipe de planejamento estratégico do MPAC foi deslocada àquela comunidade. Na sexta-feira (14), a audiência pública foi realizada no Centro de Educação Permanente a partir das 8h.

Políticos, diretores de escolas, lideres comunitários, indígenas e religiosos, presidente de bairros, de rádios comunitárias, representantes do conselho tutelar, defensoria pública, pastoral da criança, entre outros, tiveram oportunidade de expor os problemas vivenciados no dia a dia.

O líder comunitário do bairro Ipapé Cunha, Lúcio Arcanjo de Souza, aproveitou o momento para reclamar sobre a falta de segurança no seu bairro, problema que foi citado pela maioria dos representantes das comunidades locais.

“Acredito que, tendo a pavimentação das ruas, a gente consegue a segurança, o acesso à polícia, bombeiros e, até, ambulância. Quanto mais rápido, melhor; porque, quando começar a chover, vai ficar mais difícil para arrumar”, explica.

Já o diretor da Escola 15 de Junho, José da Cruz Lopes Leite, acredita que, na sociedade, as pessoas buscam sempre por melhoras. “Eu vim hoje para participar ativamente da audiência, ouvir as sugestões e, também, estar presente como cidadão, para poder adquirir mais conhecimento e dirigir a instituição que sou responsável com cuidado, para que as pessoas que estejam lá, trabalhando e estudando, possam ser futuros cidadãos de bem”.

O promotor de Justiça Criminal de Tarauacá, Luis Henrique Correa Rolim, deixou claro aos convidados que aquele era o momento de falar dos problemas que não chegam ao Ministério Público.

“As intervenções da sociedade foram muito pertinentes, muitas questões relevantes que não chegavam ao conhecimento do MP foram trazidas aqui nessa audiência. Eu penso que a contribuição a ser dada ao planejamento Estratégico para a atuação do MP aqui em Tarauacá, nesse ano e nos demais, vai ser de grande relevância”.

Problemáticas como o tráfico e uso de drogas, violência contra a mulher e idosos, questões quanto à saúde, educação, meio ambiente, foram assuntos apresentados pela comunidade e que, segundo o promotor, só vieram a engrandecer o trabalho do Ministério Público acreano.

Na ocasião, o vereador e primeiro secretário da câmara dos vereadores, Manoel Monteiro, admitiu estar satisfeito com a realização do evento, e sugeriu ao promotor Luis Henrique que ele realize um programa na rádio de Tarauacá. “Todos os dias, dez mil pessoas ouvem a rádio daqui. Queremos chegar no restante das pessoas e vamos ter um resultado positivo”.

O promotor aceitou a proposta publicamente e se comprometeu a apresentar, semanalmente, um programa de rádio para aproximar a população da instituição e promover cidadania.

“Ficou claro pra mim que as pessoas confiam no Ministério Público e o veem como um órgão de atuação, de defesa de direitos de cidadania, um órgão parceiro”, disse o promotor.

Rolim vai contar com o apoio da Rádio MPAC para auxiliar na produção do programa de rádio que vai apresentar. A audiência pública se estendeu do horário previsto para que todos tivessem a oportunidade de falar.

Cruzeiro do Sul

Em Cruzeiro do Sul, a audiência pública foi realizada na terça-feira (18), no Teatro dos Nauas. Cerca de 120 pessoas estiveram presentes entre juízes, vereadores, jornalistas, comerciantes, delegados federais e civis, conselheiros, professores, diretores de escolas, agentes de trânsito, líderes religiosos, presidente de bairros, assessores de políticos, entre outros. Foram registrados mais de 80 assuntos.

O diretor da ONG Amigos das Águas do Juruá, Antônio Francisco de Paula, disse que, além do desmatamento e dos problemas climáticos que ocorrem na região, responsáveis pela redução do fluxo das águas do Juruá, a população precisa ter mais consciência e parar de poluir o rio.

“As pessoas, às vezes, jogam geladeira dentro da água, largam colchões, um ventilador que não querem mais e não têm a consciência de botar num lugar adequado. Se morre um bicho, por exemplo, jogam no rio. As pessoas não respeitam”, reclama Antônio Francisco, que cobrou um programa de conscientização para resolver a questão.

O promotor de Justiça de Cruzeiro do Sul, Iverson Rodrigo Monteiro Cerqueira Bueno, enfatizou a importância da participação da população, e deixou o público à vontade para expor seus problemas. Ele reforçou que, dos problemas colocados pela população, metade deles são corriqueiros, mas ficou impressionado com outras demandas apresentadas.

“A criação de outra zona eleitoral para atender a toda essa região; e a intensificação, junto com o MPF, da atuação do exército, que é muito precária na área da fronteira, principalmente no Vale do Juruá, foram questões que a comunidade apresentou e a gente não estava esperando. Outro ponto abordado foi a BR-364. A gente sabe que Cruzeiro depende dessa BR para o seu sustento básico. Os questionamentos só vieram a somar fatores agora” finalizou o promotor.

O Procurador da República lotado em Cruzeiro do Sul, Thiago Correa, trouxe, em seu discurso, o programa dez medidas contra a corrupção. “É um programa de caráter nacional. Precisamos da coleta de um milhão e meio de assinaturas no país inteiro para que essas propostas legislativas sejam encaminhadas para o Congresso Nacional para serem votadas pelos nossos deputados federais, pelo MPF, para que haja mudanças no país”.

O município de Mâncio Lima foi representado pelo promotor de Justiça Leonardo Honorato dos Santos. Ele acredita que, unindo forças, se pode atender às demandas da população. “As coisas dependem uma das outras e o ser humano da mesma maneira. Nessa cidade, um depende do outro. As instituições também dependem uma das outras e esse momento, em que o Ministério Público se aproxima da população e escuta a comunidade para descobrir quais são as demandas que ela tem, seus desejos, o que elas esperam do Ministério Público, o MP cresce como instituição e reconhece que não é independente das outras instituições, nem da população que nos serve e, com isso, presta um melhor serviço”. (Assessoria)

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