Professores suspendem greve em ‘respeito aos alunos’, mas 2016 começará sem aulas

Professores em greve durante manifestação em frente ao gabinete do governador Tião Viana/Foto: ContilNet

Professores em greve durante manifestação em frente ao gabinete do governador Tião Viana/Foto: ContilNet

Após 61 dias, a greve dos professores será encerrada nesta sexta-feira (14) sem nenhum ganho para a categoria. A informação foi confirmada pela presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sinteac), Rosana Nascimento.

“Voltaremos ao trabalho, sim, em respeito aos alunos que sofrem um prejuízo inestimável em seu aprendizado. A obrigação de cumprir os 200 dias letivos vai para a conta do governo. Mas deixo claro que os professores não estarão em sala de aula a partir de 2016. A greve será suspensa, mas o movimento voltará no início do ano”, anunciou a sindicalista, que também é presidente regional da Central Única dos Trabalhadores.

A greve na rede estadual de educação alcançará a marca histórica de 61 dias no domingo (16), superando as paralisações que duraram dois meses no governo Orleir Cameli.

“Os professores têm responsabilidade social. O governo do Acre, por sua vez, foi muito cruel. As ameaças terão consequências futuras. Prolongar a greve por mais tempo é prejudicar o planejamento das famílias, dos alunos, que precisam tocar suas vidas nas férias de final do ano”, acrescentou a presidente do Sinteac.

Há, ainda, esperança de uma liminar judicial proibindo o governo de cortar o ponto dos trabalhadores em educação em agosto.  A decisão, que cabe ao Pleno do Tribunal de Justiça, pode sair na próxima terça-feira (18).

Rosana Nascimento disse que os professores e servidores não podem ser sentir derrotados. Na avaliação dela, os trabalhadores são vitoriosos por terem enfrentado um “governo truculento”.

“O pior crime é torturar psicologicamente uma pessoa. Os trabalhadores estão abalados. O emocional dos professores está no chão. Nunca se viu esse tipo de ditadura no Acre. Mesmo que não tenhamos nenhum ganho, nós conseguimos provar que é possível fazer enfrentamento ao patrão”, afirmou.

Segundo a sindicalista, o único derrotado é o governo. “Não voltaremos por uma decisão democrática, e sim por causa de uma pressão terrorista. As pessoas têm contrato e não  querem perder seu único meio de sustento. Ao anunciar  as demissões, o governo do PT atingiu o coração da maior categoria trabalhista do Acre “, desabafou a líder sindical.

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