Aromaterapia funciona?

aromaterapia

Já ouviu falar de aromaterapia? É uma abordagem alternativa de medicina em que óleos altamente concentrados de plantas aromáticas são usados em pequenas quantidades na esperança de melhorar a saúde física ou emocional de alguém.

Esses óleos – tais como de lavanda, hortelã-pimenta, eucalipto, laranja e árvore do chá – são vendidos geralmente online e em lojas de alimentos naturais, e extraídos de folhas, flores, raízes, cascas ou sementes de uma planta.

Apesar de terem cheiros agradáveis e alguns de seus ingredientes ativos supostamente serem benefícios, há poucas provas científicas de que eles realmente melhoram a saúde ou o humor das pessoas.

Segurança

De acordo com Gerhard Buchbauer, professor de química farmacêutica da Universidade de Viena, na Áustria, os óleos essenciais são misturas, às vezes contendo quase 300 substâncias. Eles possuem ambos produtos químicos simples e complexos.

Os óleos essenciais puros são livres de compostos aromáticos chamados hidrocarbonetos aromáticos policíclicos, que podem estar ligados ao câncer, mas contêm compostos orgânicos voláteis (COV) – caso contrário, não poderiam ser cheirados.

Ainda assim, os compostos ativos dos óleos essenciais, em baixas concentrações, e os vapores desses óleos são normalmente seguros para a maioria das pessoas.

Por fim, a pesquisa sugere que, como alguns dos óleos imitam o hormônio feminino estrogênio, podem ter efeitos indesejáveis sobre os homens. Por exemplo, óleo de lavanda e óleo da árvore do chá podem causar tecido mamário alargado em meninos pré-púberes, conforme descobriu um estudo de 2007 publicado no New England Journal of Medicine.

Como usar

Aromaterapeutas recomendam que os óleos sejam diretamente inalados a partir de um frasco, pano ou na palma da mão, ou massageados na pele depois de serem diluídos em coisas como óleo de oliva ou óleo de amêndoa.

Quando inalados, “a absorção de óleos essenciais pelo nariz é tão rápida quanto uma injeção intravenosa”, explica Buchbauer.

Em comparação, a absorção dos óleos através da pele é mais lenta, porque alguns dos seus compostos químicos precisam passar através das camadas de gordura sob a pele e podem até mesmo ser armazenados ali.

Alertas

Por causa de sua potência, é importante usar apenas algumas gotas de uma forma diluída de óleos essenciais quando eles forem aplicados na pele, ou podem irritá-la.

Alguns óleos podem causar reações alérgicas, razão pela qual as pessoas devem testar a sua sensibilidade em um pequeno pedaço de pele antes de começar a usá-lo mais amplamente, adverte o Dr. Wolfgang Steflitsch, médico no Hospital Otto Wagner em Viena, e vice-presidente da Associação Austríaca de Aromaterapia.

Ele também disse que certos óleos cítricos, quando aplicados na pele, podem aumentar a sensibilidade ao sol. Por fim, algumas substâncias presentes em óleos essenciais podem ser arriscadas para mulheres grávidas.

E a ciência?

Embora alguns vejam a aromaterapia como parte de um SPA ou tratamento de beleza, aromaterapia médica é popular na Europa, onde alguns profissionais prescrevem cerca de 100 diferentes óleos como parte de cuidados médicos complementares.

Por exemplo, o hortelã-pimenta é promovido para estimular o estado de alerta, e lavanda é frequentemente listado como uma forma de promover a calma.

O problema é que não existem estudos rigorosos para sustentar tais alegações. Geralmente, os dados são poucos, ou então derivados de estudos que não atendem ao “padrão de ouro” da pesquisa científica.

O que sabemos

Cheiro desempenha um grande papel na forma como os óleos essenciais podem afetar o corpo: quando respirados, eles estimulam os receptores de cheiro no nariz, que enviam mensagens químicas através dos nervos para o sistema límbico do cérebro. Isso, por sua vez, afeta humores e emoções e pode ter algum efeito fisiológico sobre o corpo.

Um exemplo de óleo que mostra alguma evidência de eficácia é o da árvore do chá (também chamado de óleo de melaleuca), que pode ser um tratamento bom para a acne. Em um ensaio clínico americano, os pesquisadores compararam gel contendo óleo da árvore do chá a um produto de peróxido de benzoílo, e descobriram que o peróxido de benzoílo funcionou ligeiramente melhor, mas o óleo teve menos efeitos secundários.

Também, alguns estudos preliminares sugerem que o óleo de hortelã-pimenta pode ajudar a melhorar a síndrome do intestino irritável. Embora seja elogiado como descongestionante e como remédio para dores de cabeça e dores musculares, “não há nenhuma evidência clara para apoiar seu uso para outras condições de saúde”, diz o site dos Institutos Nacionais de Saúde dos EUA. Há ainda um aviso de que cápsulas de óleo de hortelã-pimenta podem causar azia.

Ainda de acordo com informações dos Institutos Nacionais de Saúde, apesar do óleo de lavanda ser reivindicado como bom para a ansiedade, agitação, insônia, depressão, dor de cabeça, dor de estômago e perda de cabelo, há poucas provas de que realmente funciona. Alguns pequenos estudos sobre seus efeitos na ansiedade tiveram resultados contraditórios, e pesquisas sugerem que pode funcionar em combinação com outros óleos para combater uma condição de perda de cabelo chamada alopecia areata.

No geral, se você decidir que vale a pena tentar um óleo essencial como parte de algum tratamento, é melhor procurar informação médica sobre possíveis reações adversas e melhores formas de usá-lo. [LiveScience]

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