Especialista analisa eficácia da posição de impacto em caso de acidente

Teorias da conspiração acreditam que a posição aumentaria chances de morte

Teorias da conspiração acreditam que a posição aumentaria chances de morte

Ao perceber qualquer perigo durante os seus voos, a companhias aéreas recomendam que os passageiros fiquem sentados, com os cintos afivelados e mantenham as pernas unidas e os pés firmes no chão, além de proteger a cabeça com uma mão posicionada em cima da outra.

No entanto, algumas teorias questionam a real efetividade do procedimento, conhecido internacionalmente como Brace Position.

Uma delas sugere, inclusive, que seria útil apenas para preservar os dentes das pessoas, facilitando uma futura identificação com informações de registros dentais após o acidente.

Outra afirma que a posição, na verdade, aumentaria as chances de morte por facilitar a quebra do pescoço, sendo recomendada pelas companhias aéreas para, supostamente, reduzir os custos de seguro de saúde, ou, na visão dos mais mórbidos, assegurar uma morte rápida e indolor.

O jornal britânico “The Telegraph” decidiu pesquisar e descobriu que, embora a indenização para um passageiro gravemente ferido possam custar muito mais do que um único pagamento para os familiares de um morto, tais teorias não são verdade.

Brendan McDermid/Reuters

De acordo com Steve Allright, que é capitão na British Airways e autor do livro “Flying with Confidence”, a posição já salvou muitas vidas. “É incrivelmente raro precisar utilizá-la. No entanto, é uma técnica de segurança reconhecida mundialmente”, destacou para a publicação.

Ele exemplificou lembrando da ausência de mortes a bordo do voo 1549 em 2009, que precisou posar no rio Hudson em Nova York (foto), e foi atribuída ao uso da posição. Em seu site, a Autoridade de Aviação Civil Australiana também cita outro acidente em que um avião bimotor caiu com 16 passageiros a bordo. A maioria estava dormindo no momento, com exceção de um, que acordou, adotou a Brace Position e foi o único sobrevivente.

Chances reais

Quem também analisou a questão foi a série “Mythbusters”, exibida pelo canal Discovery Channel. Utilizando bonecos de teste e sensores, os dois apresentadores comprovaram que a posição melhora significativamente as chances de evitar ferimentos graves durante um acidente de avião.

Um programa do Channel 4 também colocou um avião de passageiros para literalmente cair no deserto de Sonora, no México. Três manequins a bordo foram dispostos em várias posições: um na clássica Brace Position mais o cinto de segurança, um com apenas o cinto de segurança, e um terceiro com nenhum dos dois.

Os peritos concluíram que o primeiro manequim teria sobrevivido ao impacto. Apesar do cinto, o manequim que não estava na Brace Position teria sofrido ferimentos graves na cabeça, enquanto o que não fazia nenhuma das duas alternativas teria morrido.

Detalhes fundamentais

A posição varia ligeiramente nos Estados Unidos e no Brasil. Ao invés de colocar as mãos na parte de trás da cabeça, os passageiros são aconselhados a colocá-los em cima do assento à sua frente, ou mantê-las apoiadas em seus tornozelos.

Durante o momento crítico, os pés devem ficar ao máximo para trás, pois, no caso de um impacto, ajudaria a prevenir canelas e pés sendo quebrado contra a base do assento à frente, o que também atrapalharia uma possível evacuação.

Na versão tradicional, os passageiros devem se dobrar o mais à frente possível e, se estiver ao seu alcance, descansar a cabeça contra o assento da frente, com as mãos colocadas na parte de trás da própria cabeça. Isto impede a agitação dos braços, minimizando o risco de dedos quebrados, além de proteger a cabeça de possíveis objetos em movimento.

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