Impasse entre Tião e Sibá deixa Incra no Acre sem superintendente há três meses

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Tião e Sibá: disputa eleitoral em jogo

A superintendência do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) no Acre está sem chefia desde junho, quando o então titular, Reginaldo Ferreira, pediu para se exonerado do cargo por possível perda de apoio político para sua manutenção. Ferreira alegou, à época, questões pessoais para deixar o Incra, um ano após ser indicado.

No Acre, o Incra vem tendo seus superintendentes indicados pelo PT desde a chegada do partido ao Planalto, em 2003. Dessa vez, um impasse político entre o governador Tião Viana e o líder do PT na Câmara dos Deputados, Sibá Machado (AC), emperra a indicação de um nome.

De um lado, Viana quer emplacar alguém técnico e que seja funcionário de carreira do órgão. Por sua vez, Sibá pretende colocar um afilhado político para deixar o Incra no Acre a serviço de suas pretensões política e eleitoral.

Como nem um nem o outro quer causar desconforto político e agravar uma relação já nem tão harmoniosa, o Incra vem sendo administrado por uma superintendente interina, a servidora Cristina Benvinda.

Em Brasília, a presidência do Incra e o Ministério do Desenvolvimento Agrário são comandados pela tendência petista Democracia Socialista (DS), tradicionalmente ligada ao campo.

Existe um pacto de que, sendo o governador integrante da base do governo federal, nenhum chefe de órgão da União seja empossado sem o consenso do governador.

O problema é que Tião Viana não quer atropelar Sibá Machado ante a sua atual influência como líder da bancada na Câmara, o que lhe assegura portas abertas em Brasília.

Em tempos de crise econômica, Viana precisa mais do que nunca de caminho livre para conseguir verbas. Em contrapartida, Sibá também não quer desagradar o governador, que tem a máquina do Estado e do PT nas mãos, sendo ele o responsável por definir quem será quem nas eleições de 2018.

Com pretensões de disputar o Senado, Sibá sabe que colocar alguém de sua confiança sem a benção do Palácio Rio Branco seria o tiro de misericórdia em suas pretensões eleitorais.

Enquanto isso, o Incra vai seguindo como Tião Viana quer, sendo gerenciado por uma servidora técnica dos quadros do órgão.

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