Bichos de pelúcia contêm bactérias que podem provocar intoxicação alimentar

90% das crianças abandonam regularmente seus brinquedos no chão (Foto: Thinkstock)

90% das crianças abandonam regularmente seus brinquedos no chão (Foto: Thinkstock)

Espalhados pelos quartos das crianças, bichos de pelúcia são sinônimo de conforto e segurança para os pequenos. Entretanto, se não cuidados, podem esconder agentes nocivos à saúde.

Cerca de 80% dos bichos de pelúcia abrigam bactérias que podem desencadear surtos de intoxicação alimentar e 1 em cada 4 possuem vestígios de fezes. É o que conclui uma pesquisa conduzida por uma empresa de produtos antibacterianos, que também aponta que 90% das crianças abandonam regularmente seus brinquedos no chão, onde a incidência de sujeira e germe é maior.

Segundo explica o biomédico Rogério Saad, especialista em imunologia e coordenador do curso de Biomedicina da Faculdade Pequeno Príncipe (PR), os resultados de contaminação são decorrentes do fato de que, muitas vezes, o quarto do bebê é pensado mais em relação à decoração do que em relação à higiene e conforto para criança. “De maneira geral, os paisnão têm a noção de que o quarto do filho é potencialmente um local para infecção, para ação de bactérias e outros agentes, como ácaros”, diz.

O especialista alerta para trocadores ao lado de berços, camas e brinquedos que, somados à uma higienização incompleta, afetam a saúde das crianças. “Nem sempre os trocadores têm uma superfície impermeável, muitas vezes ficam ao lado da cama, onde também há acolchoados. Essas superficies ficam sujeitas à contaminação. Se a mãe não higieniza a mão depois de trocar a fralda do bebê, por exemplo, ao tocar nos objetos próximos à criança ela leva contaminantes, como resto de fezes.”

Assim, ainda sem a imunidade pronta, a criança se torna mais sucetível a infecções. Por isso, a prevenção é a melhor medida. Para Saad, o ideal é que, sempre que houver manipulação de fezes, a mãe realize uma higienização mais forte no local, com antisséptico indicado pelo médico, além de lavar bem as mãos. E, claro, ensinar os filhos a fazerem o mesmo, em especial, após ir ao banheiro e antes das refeições.

Em relação aos bichos de pelúcia, a orientação do especialista é de que o quarto tenha o mínimo possível deles, e que devem ser expostos frequentemente ao sol. “Para limpar, vale usar uma escovinha, esponja com água morna e detergente. Se estiver muito sujo, deve-se lavar ou em bacia ou em máquina. O excesso de água deve ser tirado e o ursinho deve ser pendurado no varal, para secar naturalmente.” Antes e depois da criança brincar, o ideal é que ela também lave as mãos.

No entanto, Saad pondera que a higienização não precisa ser excessiva. “Nada de neura. Ninguém vive em ambientes estéreis. O mínimo de contato com bactérias também contribuem para a construção da imunidade da criança”, conclui.

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