Augusto de Campos, Prêmio Iberoamericano de Poesia

A década de 1950 foi marcada por profundas mudanças sociais, econômicas e culturais no Brasil. Industrialização, início da construção de Brasília e êxodo rural foram algumas delas. Do ponto de vista cultural, um dos principais marcos foi o surgimento do movimento internacional da poesia concreta no Brasil.

O poeta, ensaísta, tradutor e crítico literário Augusto de Campos foi um dos principais responsáveis por isso. Em 1952, junto ao seu irmão Haroldo de Campos e ao também poeta Décio Pignatari, lançou a revista literária “Noigandres”, origem do Grupo Noigandres, que deu início ao movimento.

Desde então, Augusto de Campos publicou diversas obras e ensaios. Rompeu barreiras ao ir além do impresso e ao aliar, em sua obra, vídeo, computação gráfica, hologramas e outras técnicas. Neste ano, acumulou mais uma conquista: foi o primeiro brasileiro a obter o Prêmio Iberoamericano de Poesia Pablo Neruda. A cerimônia de entrega do prêmio ocorrerá no dia 7 de outubro, em Santiago, capital do Chile, com a presença da presidente do Chile, Michelle Bachelet e dos ministros da cultura do Brasil, Juca Ferreira, e do Chile, Ernesto Ottone.

A viagem oficial do ministro Juca Ferreira ao  Chile será de 6 a 8 de outubro. Além da solenidade de premiação de Augusto de Campos, Juca Ferreira participará de reuniões com vistas a possíveis cooperações entre os dois países, como o acordo de fomento a coprodução audiovisual entre Conselho Nacional da Cultura e das Artes do Chile (CNCA) e Agência Nacional do Cinema (Ancine).

O ministro e comitiva também visitarão a 12ª Bienal de Artes Mediales. Além do ministro Juca Ferreira, compõem a delegação brasileira o presidente da Ancine, Manoel Rangel, o diretor do departamento de relações internacionais do MinC, Gustavo Pacheco, a assessora de Comunicação do Ministério, Helenise Brant, e o embaixador do Brasil no Chile, Georges Lamazière.

O Prêmio Iberoamericano de Poesia, considerado um dos maiores da fala hispânica, é uma inciativa da Fundação Pablo Neruda e do CNCA do Chile. A premiação, anual, foi criada em 2004 como parte das homenagens feitas por ocasião do centenário de Neruda.

Desde então, foram agraciados o mexicano José Emilio Pacheco (2004), o argentino Juan Gelman (2005), o nicaraguense Ernesto Cardenal (2009), os peruanos Carlos Germán Belli (2006) y Antonio Cisneros (2010), os cubanos Fina García-Marruz (2007), José Kozer (2013) y Reina María Rodríguez (2014), além dos chilenos Carmen Berenguer (2008), Óscar Hahn (2011) y Nicanor Parra (2012).

Augusto de Campos também é o homenageado da Ordem do Mérito Cultural (OMC), promovida pelo Ministério da Cultura, premiação que será entregue no Palácio do Planalto em 5 de novembro, em comemoração ao Dia Nacional da Cultura. A OMC é uma cerimônia de condecoração, que premia personalidades, órgãos e entidades públicas e privadas nacionais e estrangeiras com reconhecida contribuição à cultura brasileira.

A OMC é entregue anualmente e é composta por três classes: Grã-Cruz; Comendador e Cavaleiro. A homenagem foi criada pela Lei nº 8.313, de 1991, e regulamentada, em 1995, pelo Governo Federal, por meio do decreto 1.711.