Autoridades se contradizem sobre existência de facções criminosas no Acre

 

Delegados apresentam presos e falam dos atentados em Rio Branco/Foto: Socorro Pinheiro/ContilNet

Delegados apresentam presos e falam dos atentados em Rio Branco/Foto: Socorro Pinheiro/ContilNet

Em entrevista coletiva realizada na manhã desta quarta-feira (7), os delegados Alcino Ferreira Júnior, Nilton Boscaro e o comandante do policiamento de Rio Branco, Coronel Ulysses Araújo, não confirmaram a existência e articulação de facções criminosas no Acre.

As declarações contradizem as do secretário de Segurança do Estado, Emylson Farias, que afirmou existir ‘uma articulação’ entre os atentados e as facções, cujos líderes atuariam nos presídios.

Eles também apresentaram um balanço das ações repressivas do governo, notadamente a revista nos presídios onde foram apreendidos 55 celulares. A escalada da violência culminou com o aumento de prisões em flagrantes e o consequente aumento do número de policiais na rua. “Passamos de 300 para 400 homens atuando em todos os bairros”, afirmou Ulysses Araújo.

Sete pessoas foram presas com suspeita de ligação com os atentados/Foto: ContilNet

Sete pessoas foram presas com suspeita de ligação com os atentados/Foto: ContilNet

Os policiais também anunciaram 10 prisões e apresentaram sete homens, que foram presos em flagrante na noite de terça-feira. Todos têm passagens pela polícia. Mesmo sem afirmar textualmente o nome das organizações criminosas, os policiais disseram que, durante a revista de ontem, foram ‘separados’ 20 suspeitos de estarem envolvidos com os atentados.

“Não podemos passar algumas informações, pois os celulares estão sendo periciados”, disse Alcino.

O presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários do Acre (Sindap), Adriano Marques, denunciou a “precariedade” do sistema prisional acreano, após a veiculação de um vídeo onde criminosos ameaçam matar 10 agentes penitenciários.

“Trata-se de um sistema caótico e falido, que não garante segurança dos agentes, não bloqueia o sinal dos celulares e sempre negou a existência de facções criminosas”, desabafou o sindicalista, afirmando que as mortes de alguns agentes foram articuladas de dentro dos presídios.

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