A prévia de uma auditoria que está ocorrendo no Sindicato dos Trabalhadores em Saúde (Sintesac) detectou um rombo que pode chegar a R$ 600 mil nas contas do sindicato. De acordo com membros da comissão provisória, a situação é resultado de 12 de anos de administração do ex-presidente Antônio Daniel, que concorreu pela quarta vez, mas perdeu para a chapa encabeçada por Adailton Cruz.
Mesmo com a eleição da entidade sob judice, os novos integrantes decidiram fazer uma auditoria que detectou inúmeras “irregularidades e descasos”, entre as quais dívidas trabalhistas com fornecedores de alimentos, material de expediente, aluguéis, entre outros.
“Precisaremos de pelo menos um ano para normalizar esta situação de insolvência”, declarou a secretária-geral Francinete Barros.
Tachando os ex-diretores de irresponsáveis, a sindicalista faz o seguinte questionamento: “Como uma entidade que defende trabalhadores não paga férias, 13º salário, horas extras e outros direitos? Para você ter uma ideia, a caminhonete e moto do sindicato estão penhorados na justiça”, exemplificou Barros, informando que o sindicato possui 22 funcionários em sua folha de pagamento.
Como 25 anos de atuação e seis mil filiados, o Sintesac arrecada cerca de R$ 110 mil e é o segundo maior sindicato do estado. “Estamos sobrevivendo de doações para fazer cafezinho e executar trabalhos burocráticos”, disse Francinete Barros, informando que ainda faltam 10 municípios para serem auditados.
O outro lado
A reportagem conversou com o ex-secretário geral da entidade, Frank Lima, que negou todas as acusações. Segundo ele, não existem dívidas, mas apenas despesas correntes e podem ser saudadas com o dinheiro que existe em caixa. “Dívida é quando se deve 500 e se tem 20, por exemplo. O sindicato tem R$ 200 mil em caixa que pagaria todas as despesas correntes, que são salários de funcionário, de médicos e dentistas”, esclareceu Lima, lembrando que as contas do Sintesac estão bloqueadas.
O ex-dirigente lembrou, também, que o patrimônio da entidade gira em torno R$ 50 milhões, justificando que algumas dívidas são por conta de investimentos em sedes sociais na capital e interior. “Temos a maior e a mais bem estruturada sede social do Acre. Quase todos os municípios foram beneficiados com a estruturação de suas sedes”, justificou ele.