Justiça despejará moradores do Ramal Tufic; produtora diz que só sai morta de sua terra

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Cerca de 80 famílias de moradores da comunidade do Ramal do Tufi, localizado na estrada do Custódio Freire e Irineu Serra, estiveram na manhã desta sexta-feira (27) no Fórum Barão do Rio Branco, no centro da cidade, tentando evitar o despejo de suas propriedades. A Justiça acreana expediu, para a próxima terça-feira, um mandado de reintegração de posse em favor do empresário José Maurício Vilela Viana Lisboa.

Os manifestantes afirmaram que não têm para onde ir e que serão dezenas de crianças e idosos abandonados à própria sorte.

“Nenhum de nós tem para onde ir. Não sabemos o que fazer”, declarou Luiz Ferreira Cacau Marinho, 67 anos, que mora há 17 anos em um lote de 50 X 230. “Crio animais e minha vida é ali”, disse, desesperada, a companheira dele, Maria Albuquerque Silva, 62 nos.

Praticamente todos os posseiros possuem financiamentos em bancos e pagam Imposto Territorial Rural (ITR). “O oficial de justiça disse que iriam chegar tratores e policiais para derrubar nossas casas”, denunciou Maria de Fátima Oliveira, 55 anos, assegurando que só sairá de sua propriedade morta ou inconsciente.  “Nós compramos, investimos e agora querem nos tirar tudo”, complementou.

Na última quarta-feira (25), os moradores estiveram na Assembleia Legislativa do Acre. A área reivindicada pelo suposto dono, que possui escritura pública, é de 47 hectares, enquanto os posseiros ocupam apenas 17 hectares. Mauricio Lisboa, que tem condenação judicial e mandato de prisão em aberto, não foi encontrado para falar do caso.