Estudo revela que 100% das presas no estado do Acre são negras

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No Acre, 100% das detentas são negras, diz estudo

Dados que integram o Infopen Mulheres, levantamento nacional de informações penitenciárias do Ministério da Justiça, revelam que, no Acre, 100% das detentas são negras. A divulgação do estudo inédito foi na quinta-feira (5), em Brasília (DF) e foi feita com base em dados colhidos em 2014. Pela primeira vez, o estudo aprofunda a análise com o recorte de gênero.

Em todo o país, a maioria das mulheres presas no país (68%) é negra, enquanto 31% são brancas e 1%, amarela. Nenhum estado chegou perto do percentual apresentado no Acre, em junho de 2014. O segundo estado com o maior percentual é o Ceará, com 94%, seguido da Bahia, com 92% de presas negras.

Já com relação ao número de indígenas, a pesquisa afirma que não chega a 1% da população carcerária feminina nacional. À época da pesquisa, só existiam presas indígenas em Roraima, Amapá, Mato Grosso do Sul e Tocantins.

Cerca de 30% das presas no Brasil ainda aguardam julgamento.

Quesitos

Com relação a faixa etária, cerca de 50% das mulheres encarceradas têm entre 18 e 29 anos; 18%, entre 30 e 34 anos; 21%, entre 35 e 45 anos; 10% estão na faixa etária entre 46 e 60%; e 1%, tem idade entre 61 e 70 anos. Segundo o levantamento, em junho do ano passado não haviam presas com idade acima dos 70 anos.

Já no quesito escolaridade, apenas 11% delas concluíram o Ensino Médio e o número de concluintes do Ensino Superior ficou abaixo de 1%. Metade das detentas possui o Ensino Fundamental incompleto, 50%, e 4% são analfabetas.

Em dados gerais, a população carcerária feminina subiu de 5.601 para 37.380 detentas entre 2000 e 2014, um crescimento de 567% em 15 anos. A maioria dos casos é por tráfico de drogas, motivo de 68% das prisões.

Na comparação com outros países, o Brasil apresenta a quinta maior população carcerária feminina do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos (205.400 detentas), China (103.766) Rússia (53.304) e Tailândia (44.751).

Acre possui apenas uma unidade prisional

O Acre aparece também no quesito estabelecimentos prisionais: o estado possui apenas uma unidade para atender as mulheres. Alagoas, Amapá, Bahia, Ceará, Maranhão, Pará, Rio Grande do Norte, Roraima, Santa Catarina e Sergipe também se juntam ao Acre no quesito.

Sobre os tipos de estabelecimentos, o Infopen Mulheres revela que, do total de unidades prisionais do país (1.420), apenas 103 são exclusivamente femininas (7% do total), enquanto 1.070 são masculinas e 239 são consideradas mistas (abrigam homens e mulheres).

Em 8 unidades, não há informação sobre divisão de gênero.

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