Hipnoterapeuta ensina 10 dicas para os pais fazerem a criança obedecer

mae-com-dificuldade-para-conversar-com-a-filha-1444932403193_300x420Nem sempre é fácil convencer uma criança a realizar pequenas tarefas, principalmente as mais urgentes. Por isso, a conversa em torno de pedidos aparentemente simples, como vestir o uniforme, guardar os brinquedos ou fazer a lição de casa pode se tornar bastante cansativa.

Para a hipnoterapeuta Alicia Eaton, autora de “Palavras que Funcionam: Como Conseguir que as Crianças Obedeçam a Quase Tudo” (em tradução livre do inglês), isso acontece porque os pais não utilizam a linguagem correta ao se comunicarem com os filhos.

Em seu livro, ainda não publicado no Brasil, Alicia, que é especialista em PNL (Programação Neurolinguística), explica que as mesmas estratégias utilizadas para persuadir os adultos podem ser adaptadas para as crianças. E isso sem a necessidade de gritar, ameaçar ou conquistá-las com presentes.

A técnica consiste em modificar a postura e adotar um discurso mais assertivo, com foco em alternativas positivas para estimular a autonomia das crianças, fazendo com que se sintam capazes.

Em entrevista ao jornal britânico “Daily Mail”, a terapeuta ensinou dez truques que, segundo ela, todo pai deve experimentar. Confira.

1 – Enfatize o que deve ser feito

Frases como “não faça bagunça em seu quarto” ou “quantas vezes vou ter de falar para você não empurrar sua irmã?” são contraproducentes e acabam por gerar um círculo vicioso de reclamações. Para Alicia, a maioria dos pais não percebe que usa uma linguagem negativa ao conversar com os filhos e depois se surpreende por eles não fazerem o que pedem. A saída é transformar as frases usando uma linguagem positiva: “vamos deixar a sala arrumada e guardar os blocos de montar”, “os sapatos ficam na sapateira”, e “é bom nos aprontarmos logo para chegar à escola cedo hoje”.

2 – Crie a ilusão de que há escolha

Quando a criança tem tendência a ignorar o pedido dos pais, é preciso direcioná-la a realizar a tarefa oferecendo a impressão de que ela tem escolha. Em vez de dizer “vista-se logo para que possamos sair”, diga: “qual camiseta você prefere usar hoje, a vermelha ou a azul?”. Segundo a autora, isso pressupõe que ela já tenha concordado em se vestir, rompendo a barreira inicial que poderia levar a um impasse. Da mesma maneira, se há uma relutância em fazer a lição de casa, a sugestão é que os pais perguntem: “você prefere fazer a tarefa agora ou depois do lanche?”.

3 – Demonstre certeza de que será atendido

Segundo a hipnoterapeuta, a palavra “quando” tem a capacidade de passar a ideia de que algo, de fato, irá acontecer em breve. Ela sugere usar o termo em frases como: “quando você concluir a arrumação do seu quarto, iremos almoçar”, “quando terminar a lição de matemática, faremos um passeio no parque”, “quando colocar o uniforme, tomaremos café”.

4 – Crie uma conexão com seu filho

De acordo com Alicia, estabelecer uma conexão com as crianças por meio da linguagem pode ser uma ferramenta bastante eficaz para que elas realizem o que está sendo pedido. A ideia é criar reciprocidade, colocando-se no lugar do filho e permitindo que ele se também se enxergue no lugar dos pais. Isso pode ser conseguido por meio de expressões como: “assim como eu, você também sabe que é muito mais fácil fazer a lição se a mesa estiver organizada” ou “eu, como você, gosto de assistir à TV, mas agora é hora de dormir”. Validar os desejos e opiniões da criança faz com que ela tenha mais autoestima.

5. Agradeça antes mesmo de ser atendido

Estamos acostumados a agradecer somente após algo ser feito, mas Alicia propõe que o agradecimento dos adultos seja feito antes mesmo de a tarefa ser cumprida pelo filho. Para ela, a estratégia funciona porque, de maneira geral, as crianças gostam de agradar às pessoas, especialmente aos pais. Então, da próxima vez que pedir a seu filho que lave as mãos, vá para a mesa ou desligue a TV, agradeça ao fazer ao pedido: “por favor, desligue a TV agora, obrigada”.

6 – Explique os motivos

Os pais tendem a imaginar que os filhos irão compreender automaticamente a necessidade de realizar determinadas tarefas. Mas a ordem de prioridades das crianças, quase sempre, é inversa a dos adultos. É preciso, portanto, explicar os motivos com clareza: “você precisa almoçar agora porque tem dentista em seguida” ou “comer os vegetais é importante para ter saúde”.

7 – Comece as frases com palavras de atenção

Ao dizer: “escute”, “veja”, “pense” ou “preste atenção” antes de fazer um pedido, as chances de a criança ouvir são maiores. Isso porque essas palavras dão um peso maior ao que vai ser pedido: “escute, precisamos sair agora, senão perderemos o ônibus”. Ao mesmo tempo, é possível motivar a criança a realizar algo, dizendo: “pense como será boa a sensação de ter terminado a sua tarefa quando sairmos”.

8 – Transforme queixas em gatilhos para soluções

Algumas crianças têm o hábito de reclamar constantemente, mas é possível usar as queixas como ganchos para buscar soluções. Por exemplo, se a criança reclama que está com calor, Alicia indica apresentar opções para solucionar a questão: “o que faria você se sentir melhor: abrir a janela ou tirar a jaqueta?”. Quando a reclamação tem um tom bastante negativo como “odeio dividir meu quarto”, a especialista recomenda perguntar: “o que há de tão importante em ter um quarto só para você?”. Ao propor uma reflexão a respeito do assunto, muda-se o foco e se coloca um ponto final na queixa.

9 – Induza atitudes positivas

Há situações em que a criança fica apreensiva por algo que ainda não aconteceu. Nesses casos, Alicia recomenda mostrar que a preocupação aparece como alerta de que é preciso fazer algo para prevenir o problema e sugere focar na solução dizendo, por exemplo, “ficar preocupado com as provas é uma maneira de se lembrar da importância de estudar”.

10 – Ajude seu filho a parar de falar “não consigo”

É preciso mostrar ao filho que as dificuldades podem ser superadas com esforço. Diante de frases como: “não consigo fazer esses exercícios de matemática”, Alicia orienta lembrar outros desafios que já foram vencidos pela criança na escola, de maneira a ressaltar sua capacidade de aprendizado.
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