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Rombo no Sintesac pode chegar a R$ 1 milhão; diretoria é suspeita de usar cheques sem fundo

Por Jorge Natal, da Contilnet

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Auditoria aponta irregularidades nas contas do Sintesac/Foto: ContilNet

A prévia da segunda fase de auditoria, que está ocorrendo no Sindicato dos Trabalhadores em Saúde (Sintesac), estimou que o rombo na contas da entidade pode chegar a R$ 1 milhão. O anúncio foi feito ainda nesta semana. A situação, segundo o levantamento, é resultado de 12 anos de administração do ex-presidente Antônio Daniel.

“Desde 1995 que a diretoria do sindicato não recolhe os encargos trabalhistas. São dívidas com INSS e FGTS que podem, inclusive, resultar na cassação da carta sindical do Sintesac”, explicou o presidente da comissão provisória da entidade, Adailton Cruz, acrescentando que o sindicato responde cerca de 10 processos na Receita Federal.

Mesmo com a eleição da entidade sob judice, os novos integrantes decidiram fazer uma auditoria que detectou inúmeras “irregularidades e descasos”, entre as quais dívidas trabalhistas, com fornecedores de alimentos, material de expediente, remédios, aluguéis, telefone, luz, entre outros.  Existe, ainda, uma dívida de R$ 50 mil em cheques sem fundo, dos quais a diretoria conseguiu resgatar R$ 28 mil.

“Como uma entidade que defende trabalhadores não paga férias, 13º salário, horas extras e não recolher  FGTS e INSS? Para você ter uma ideia, a caminhonete e moto do sindicato estão penhorados na Justiça”, exemplificou Cruz, informando que o sindicato possui 22 funcionários em sua folha de pagamento.

O outro lado

A reportagem conversou com o ex-secretário geral do sindicato, Frank Lima, que negou todas as acusações. Segundo ele, não existem dívidas, mas despesas correntes que podem ser saudadas com o dinheiro que existe em caixa. “O sindicato tem mais de R$ 300 mil em caixa que pagaria todas as despesas correntes, que são salários de funcionário, de médicos e dentistas”, esclareceu Lima, lembrando que as contas do Sintesac estão bloqueadas.

O ex-dirigente lembrou, também, que o patrimônio da entidade gira em torno R$ 50 milhões, justificando que algumas dívidas são por conta de investimentos em sedes sociais na capital e interior. “Temos a maior e a mais bem estruturada sede social do Acre. Quase todos os municípios foram beneficiados com a estruturação de suas sedes”, justificou ele.

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