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Além de crise econômica, Suframa se vê às voltas com conflito político na chefia

Por FÁBIO PONTES, DE MANAUS, PARA CONTILNET

Não bastassem os efeitos devastadores da crise econômica brasileira que provoca demissões em massa e o fechamento de fábricas no Polo Industrial de Manaus, agora a Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) também enfrenta um embate no campo político. Desde outubro do ano passado o Ministério Público Federal (MPF) questiona a indicação da atual superintendente Rebeca Garcia para o cargo.

REBECA

Rebeca ameaçou deixar a Suframa caso a manutenção de seu aliado não fosse assegurada/Foto: amazonianarede

Ex-deputada federal, ela é membro de uma das famílias empresariais mais influentes do Amazonas, detentora do Grupo Garcia, que atua em setores que vão de telecomunicações a concessionárias de veículos. O mais recente conflito de interesse apontado pelos procuradores da República está a indicação, feita por Rebeca Garcia, de Walter Roberto Sipelli para ser o número dois na Suframa.

Dirigente do PP no Amazonas –partido pelo qual Rebeca foi deputada – Sipelli também é considerado o braço direito da família Garcia. Sua atuação nos últimos anos tem se dado sempre entre cargos de influência nos governos do Amazonas e nas empresas do grupo da atual superintendente.

Na semana passada o MPF instaurou inquérito para saber até que ponto a nomeação de Sipelli para superintendente-adjunto da Suframa não representa um conflito de interesse para a administração pública. Os procuradores enviaram questionamentos ao apadrinhado de Rebeca e às empresas do Grupo Garcia para saber qual o nível de comprometimento dele em negócios particulares.

Sede da Suframa em Manaus, Amazonas/Foto: radios

 

O ápice desta queda de braço se deu na Semana passada, quando a Casa Civil da Presidência da República publicou e “despublicou” decreto com a nomeação de Roberto Sipelli para o cargo. Nos bastidores, a informação é a de que a bancada do Norte no Congresso pretendia emplacar José Nagib na função; ele já tinha ocupado o posto de superintendente de Planejamento da Suframa, porém teve que deixa-lo após acusações de más práticas na gestão.

Rebeca Garcia ameaçou deixar a Suframa caso a manutenção de seu aliado não fosse assegurada. O Planalto recuou da decisão e afirmou que a “demissão” de Sipelli tinha ocorrido por erros burocráticos no decreto publicado no “Diário Oficial da União”. A ex-deputada veio a assumir a chefia da Suframa somente após se comprometer com o Ministério Público a romper qualquer tipo de vínculo com as empresas da família.

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