19 de abril de 2024

Dilma reúne oito ministros para debater formato do Conselhão

Antes de embarcar para Quito (Equador) para cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos, a presidente Dilma Rousseff reuniu em seu gabinete, nesta terça-feira, oito ministros para discutir como será o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, o Conselhão, agendado para a próxima quinta-feira.

A reunião do Conselhão deverá ser dividida em dois momentos: a primeira, Barbosa anunciará medidas de curto prazo para tentar aquecer a economia, entre elas, novas linhas de crédito a micro empresários e exportadores pelos bancos públicos, e a agilização da liberação do uso do FI-FGTS por empresas para obras.

Na segunda etapa, os conselheiros convidados, um grupo de 90 pessoas, entre eles, os empresários Abílio Diniz, Josué Gomes, e Jorge Lemman, deverão ser ouvidos sobre os rumos do país. Apesar dos anúncios que serão feitos por Barbosa, o governo quer evitar o entendimento de que chegará ao encontro com um “prato pronto” de medidas. Ideias mais complexas, como a Reforma da Previdência e a recriação da CPMF, por exemplo, serão colocadas em pauta para debate.

Segundo interlocutores da presidente, há uma percepção de que os empresários estão preocupados com os rumos do país e que, melhor do que assistir passivamente à ampliação da crise, os que aceitaram integrar o Conselhão buscarão ajudar na adoção de medidas que melhorem as perspectivas. A expectativa do Palácio do Planalto é que Dilma, de fato, ouça opiniões e conselhos. A presidente tem acenado sistematicamente com o diálogo, mas isso acaba não se concretizando. A preocupação entre assessores presidenciais é que haja realmente uma mudança de postura e que Dilma ouça mais os integrantes do novo conselho. Um auxiliar afirmou que há otimismo em relação ao formato da reunião, já que a intenção é debater, e não impor os assuntos a serem abordados.

Criado no governo Lula e deixado de lado desde 2014 por Dilma, o Conselhão foi ressuscitado agora como uma tentativa de garantir à presidente estabilidade política e institucional para governar, em meio à Operação Lava-Jato e ao processo de impeachment que tramita na Câmara. O Conselhão se reunirá quatro vezes neste ano e a intenção do Palácio do Planalto é ouvir o que os conselheiros têm a sugerir antes de anunciar medidas sem discussão prévia, receita adotada por Dilma desde 2011 e que só ampliou seu desgaste e a crise que seu governo enfrenta.

Participaram da reunião desta terça-feira os ministros Jaques Wagner (Casa Civil), que está coordenando o novo Conselhão; Nelson Barbosa (Fazenda); Aloizio Mercadante (Educação); Kátia Abreu (Agricultura), Valdir Simão (Planejamento), Ricardo Berzoini (Secretaria de Governo), Armando Monteiro (Indústria e Comércio); e Alexandre Tombini (Banco Central).

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