*Cadri Massuda
Além disso, temos que considerar que existe o prejuízo financeiro também, pois proporciona um aumento dos custos do plano de saúde e, consequentemente, as mensalidades dos usuários. Os profissionais da saúde desejam receber por esse tempo reservado e perdido. Podemos dizer que esta realidade é uma epidemia que precisa ser combatida para o bem de todos.
Muitos usuários acham que, ao contratar o plano, têm o direito de marcar e não desmarcar consultas e procedimentos, pois consideram que estão “pagando por isso”. Na verdade isso é um desperdício. Desperdício do tempo do médico, de todo sistema e do dinheiro dos próprios usuários, que tendem a pagar por essa conta.
Em muitos países essa prática foi combatida com multas impostas aos usuários que não desmarcam as consultas. Essa é uma ideia interessante que a ANS deveria regular para o bem do sistema. É preciso uma campanha de conscientização dos usuários, que muitas vezes não percebem o tamanho dos prejuízos que esse ato simples pode causar.
A Abramge está nesse momento iniciando um trabalho para levantar dados mais precisos com as operadoras. O objetivo é levar uma proposta para a ANS para a inclusão de regras claras em contrato sobre o tema. A ideia é informar ao consumidor que se ele não comparecer a uma consulta agendada sem motivo justificável, algum tipo de penalização. Isso para conscientizá-lo de que quando ele desmarca uma consulta com antecedência de até 12 horas, dá a oportunidade de que outra pessoa seja atendida.
*Cadri Massuda é presidente da Abramge-PR/SC – Associação Brasileira de Medicina de Grupo