O carnaval de Brasília atingiu este ano pela primeira vez a marca de um milhão de foliões, segundo a estimativa oficial do Governo do Distrito Federal (GDF), atraídos sobretudo pelos blocos de rua, que a cada ano aumentam em quantidade e porte na capital do país.
O número soma o público de 870 mil foliões, registrado durante os dias oficiais de folia, às 200 mil pessoas que pularam o pré-carnaval brasiliense. O total é bem maior que o de 2015, quando o público foi de 370 mil pessoas.
Os blocos que juntaram as maiores multidões em 2016 foram o Raparigueiros (320 mil), o Galinho de Brasília (120 mil), o Pacotão (55 mil) e o Babydoll de Nylon (40 mil), segundo as estimativas oficiais.
O número recorde foi alcançado apesar do incentivo oficial reduzido em relação a anos anteriores, com um investimento de cerca de R$ 1 milhão, dez vezes menor do que em carnavais como o de 2014, segundo dados da Secretaria de Cultura. Em 2015, não houve incentivo oficial significativo. O GDF apoiou oficialmente 63 dos 81 eventos de rua registrados este ano.
“A tendência agora é a gente chamar a iniciativa privada a participar mais”, acrescentou Reis. Segundo o secretário, o governo pretende retomar em 2017 o desfile de escolas de samba do Distrito Federal, que não há ocorre há dois anos devido ao corte no incentivo oficial.
O governo não tem estimativas sobre os negócios gerados com a folia ou o número de visitantes atraídos pelo carnaval candango. “Isso é uma coisa que nós temos que avançar, em auferir esses dados”, reconheceu Reis.
Carnaval menos violento
Por outro lado, caiu o número crimes cometidos nos dias de folia no DF. Entre as 19h de sexta-feira (5) e as 3h desta quarta (10), foram registradas 285 ocorrências policiais, a maioria delas de furtos de celulares, de acordo com a secretária de Segurança Pública do DF, Márcia Araújo. O número é 25% menor que o registrado em 2015.
Nenhum homicídio foi registrado nos dias oficiais do carnaval, embora a SSP-DF não tenha contabilizado o assassinato a tiros de um homem em meio ao bloco Encosta que Cresce, no sábado anterior ao carnaval. O chefe da Polícia Civil do DF, Eric Sena, disse que, segundo as investigações em andamento, o crime foi um acerto de contas premeditado.
Outro incidente não contabilizado pela SSP-DF foi o esfaqueamento de dois homens por um soldado do Exército dentro de um vagão do metrô. A polícia avalia que o incidente não está relacionado ao carnaval. Três homicídios ocorridos nos arredores do Plano Piloto também não entraram no balanço do carnaval, por terem tido motivações diversas, segundo a secretaria.
“Atribuímos [a queda nas ocorrências] ao planejamento integrado que foi feito junto à sociedade civil, os organizadores dos blocos, junto com as agências do governo, num trabalho integrado com as forças de segurança e a Secretaria de Cultura, que demonstrou a visão de que nós devemos ter novos marcos regulatórios a partir deste ano”, disse Márcia Araújo.
Este ano, 145 motoristas foram autuados por dirigirem sob o efeito de álcool, 11 dos quais foram presos por estarem embriagados ao volante.